sábado, abril 29, 2006
Terapia do Amor
A produtora Rafi (Uma) se vê, no esplendor físico e intelectual de seus 37 anos, divorciada e sem fihos. A sua psicóloga (Meryl Streep) tenta ajudá-la a substituir a frustração de um relacionamento onde primava a mentira pela oportunidade de vida nova. Não demora, ela volta a sair com os amigos. E qual o programa ideal para desopilar, purgar os males, alcançar a catarse, ver gente nova? O cinema, é claro. É reprise de um filme de Antonioni e na fila Rafi conhece o aspirante a pintor Dave (Bryan Greenberg), que, mesmo acompanhado, se encanta com Rafi. Poucos dias depois procura o nome dela no guia telefônico.
Tudo seria perfeito não fosse um detalhe: Dave tem apenas 23 anos. Rafi e Dave começam um embate entre o raciocínio e a pele, a lógica e o desejo, a segurança e o risco, o futuro e o presente, mediado sempre pelas visitas semanais de Rafi à terapeuta. Dave mergulha pra valer no namoro, afinal, Rafi tem cabelos loiros, olhos azuis, feições marcantes, papos articulados, finanças estáveis e, last but not least, curvas perfeitas – e carentes. Rafi, por sua vez, é mais cautelosa e não se entrega inteira.
O filme de Ben Younger, cientista político que já trabalhou como assessor, garçom, motorista e estreou na direção com O Primeiro Milhão (Boiler Room, 2000), é o tipo de ‘comédia romântica’ não descartável, que costura, com humor inteligente, situações que envolvem aceitação e personagens secundários que fazem a diferença, como o impecável porteiro do prédio de Rafi e a bisavó de Dave – que demonstra de modo inusitado sua indignação e perplexidade.
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