domingo, junho 23, 2013
Piranha 3DD
DDe acorDDo com uma otimista tese cinéfila, até mesmo DDos piores filmes se aproveita algo. Uma cena, uma piaDDa, uma participação especial, um fugaz instante de luciDDez em meio à ariDDez de boas iDDeias. Pois mesmo quem acredita nessa tese terá certa DDificulDDaDDe DDe encontrar em Piranha 3DD um aspecto positivo. A cena pela qual o filme será sempiternamente lembraDDo é uma DDas mais grotescas e DDantescas já imaginaDDas pelo(s) cérebro(s) DDoentio(is) DDe um (DDescerebraDDo grupo DDe) roteirista(s), envolvenDDo uma moça que DDeseja perDDer a virginDDaDDe. Ator DDe gabarito que constrangeDDoramente DDá as caras é Christopher
LloyDD, o patético cientista Sr. GooDDman, cuja razão DDe viver é
ultrapassar no YouTube o número DDe visualizações DDe um escatológico
bebê. A DDireção de John Gulager não ajuDDa, como revela a DDesconjuntaDDa sequência em que Ving Rhames combate as jurássicas piranhas que penetram no parque aquático DDo inescrupuloso paDDrasto DDe MaDDDDy (DDanielle Panabaker) provocanDDo um panDDemônio. Nesse cenário de salve-se quem puder, pense DDuas vezes antes de locar Piranha 3DD.
segunda-feira, junho 10, 2013
Dentro da casa
- Dentro de casa.
- Dentro da casa - corrige a bilheteira do Guion. - Artigo definido - completa ela. E explica: - Não é dentro de casa, fora de casa. É dentro de uma casa específica.
Agradeço e descubro que a sessão será na sala 1, que eu chamo de confortável e me despeço da informativa cinéfila. Sim, pois fica evidente que ela não está ali por qualquer paixão. O cinema parece ser a paixão da vida dela.
Afinal, assistir ao novo filme do diretor François Ozon (Potiche: esposa troféu)
- Dentro da casa - corrige a bilheteira do Guion. - Artigo definido - completa ela. E explica: - Não é dentro de casa, fora de casa. É dentro de uma casa específica.
Agradeço e descubro que a sessão será na sala 1, que eu chamo de confortável e me despeço da informativa cinéfila. Sim, pois fica evidente que ela não está ali por qualquer paixão. O cinema parece ser a paixão da vida dela.
Afinal, assistir ao novo filme do diretor François Ozon (Potiche: esposa troféu)
apenas confirma a importância do artigo definido para o título do filme. Artigo, por sinal, repetido no título em outras línguas (Dans la maison, In the house). O roteiro adaptado pelo próprio diretor baseia-se na peça do espanhol Juan Mayorga, El chico de la última fila. Enquanto corrige as redações do ensino médio, o professor de literatura encarnado por Fabrice Luchini reclama para a mulher (Kristin Scott Thomas) sobre a baixa qualidade da escrita dos adolescentes e os compara a bárbaros. Súbito começa a ler uma redação diferente das outras, com estilo cativante, franco e irônico, de autoria de um aluno desconhecido que se senta na última fileira: Claude Garcia (Ernst Umhauer). No final do texto intimista, a palavra "Continua..." deixa o professor fisgado, e ele resolve incentivar o pupilo.
O filme aborda várias atrações: a atração por mulheres mais velhas (Emanuelle Seigner), a atração por homens mais jovens, a atração entre pessoas do mesmo sexo, a atração pela China, a atração intelectual entre mestre e aluno, a atração irremediável pela literatura. Sim, Dentro da casa não funciona apenas como comédia de costumes da classe média: é também um inspirador filme sobre o processo literário e o amor à literatura.
A hora da escuridão
O filme de Chris Gorak, A hora da escuridão, ao mesmo tempo confirma e desafia a máxima do Barão de Itararé "De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo". O que se esperaria de um filme obscuro de baixo orçamento que mistura horror e ficção e cria, na moderna Moscou pós-perestroika, um cenário apocalíptico por conta do ataque de alienígenas invisíveis que desintegram seres humanos com sua tez elétrica? Pouco ou quase nada. E o filme realmente nada tem de extraordinário. Por outro lado, as agruras dos quatro americanos e um sueco que sobrevivem ao ataque arrasador até têm seu charme por nos remeter à globalizada terra dos czares e por acrescentar alguns "fundamentos científicos" nos artefatos de proteção e de reação contra os invasores. O elenco desconhecido tem certo carisma. Ou seja, A hora da escuridão pode até surpreender positivamente aqueles espectadores sem tendência a só criticar e com tendência a gostar de trashs inconsequentes.
O mar não está pra peixe 2 - tubarões à vista
O maior capital de um cinéfilo é seu tempo. E a pergunta crucial ao abrir o jornal no segundo caderno ou ao perscrutar as prateleiras das locadoras é: em qual filme devo investir esse recurso valioso e limitado? Às vezes, é melhor se aventurar em filmes de estúdios menores, que não ofendem a inteligência de pais nem de filhos. É o caso deste The Reef 2: High Tide (O mar não está pra peixe 2: tubarões à vista), do competente Wonder World Studios, com sedes em Seul e Jacarta. Tubarões famintos liderados pelo vingativo Troy planejam atacar a fauna do recife na próxima maré alta. Em contrapartida, Pê tenta treinar outros espécimes do ecossistema para ajudá-lo na defesa do recife, mas sofre com a concorrência de Ronny, um cação impostor que finge ser um caça-talentos só para confundir e impedir a reação contra os predadores.
sábado, junho 01, 2013
Madagascar 3
Tudo conspirava a favor de Madagascar 3. Como se não bastassem os já conhecidos e carismáticos personagens (Alex, o leão; Gloria, a hipopótama; Marty, a zebra e Melman, a girafa), uma história sobre a necessidade da volta para casa, uma homenagem ao clássico Dumbo (com a trupe circense que viaja de trem) e os excelentes efeitos 3-D, Madagascar 3 ainda tem como corroteirista um dos cineastas promissores da nova geração: Noah Baumbach. Todos esses ingredientes deviam dar novo fôlego e ainda acrescentar novas nuances à comercialmente bem-sucedida franquia. Entretanto, a obsessão em fazer de Madagascar 3 um hiperbólico road movie (África, Monte Carlo, Roma, Londres e Nova York) e em inserir piadinhas pseudointelectuais compromete o resultado final.