sexta-feira, outubro 27, 2017
As aventuras do Capitão Cueca
O escritor Dav Pilkey é um iconoclasta. Aparentemente, nenhum professor ou professora em sã consciência indicaria um livro dele para a turma ler. Tudo em seus livros é irreverente, desde a postura dos personagens, os trocadilhos, a verve, as piadas escatológicas, o não politicamente correto.
Mas, como seria de se esperar, a leitura divertida, os títulos compridos e engraçados e a mescla de livro com história em quadrinhos atraíram uma legião de fãs no mundo inteiro, e no Brasil não foi diferente.
A série Capitão Cueca foi editada na íntegra pela Cosac & Naify, e, após o encerramento das atividades da Editora, agora está sendo aos poucos reeditada pela Companhia das Letrinhas, junto com a nova série, O Homem-Cão.
O filme apresenta um resumo do que os livros trazem e se mantém fiel ao espírito da série.
Todos os livros têm uma parte chamada "Vire-o-game", na qual o leitor precisa folhear rapidamente para as imagens adquirirem movimento, e, de modo curioso, essa brincadeira também foi inserida no filme.
Claro que existem algumas "liberdades criativas" do roteiro, talvez para envolver mais o público dito adulto? Pelo que meu filho me disse, o namorico entre o diretor e a funcionária não aparece nos livros.
Seja como for, atenção: este não é apenas um filme engraçadinho para levar as crianças.
Primeiro, informe-se sobre quem é Dav Pilkey, e se você se atrair pela proposta dele em termos literários/artísticos, talvez valha a pena levar o seu filho e conferir o filme.
Caso contrário, pode ser que você saia do cinema chocado, puxando o filho pela mão, praguejando consigo mesmo sobre como é possível um filme desses ser classificado como "infantil".
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