domingo, dezembro 08, 2019

Dança dos pássaros + Passarinhando

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Documentários rápidos e muito informativos disponíveis em streaming. 

Passarinhando tem menos de 40 minutos e Dança dos pássaros, 51. Os dois filmes trazem muitas curiosidades sobre o comportamento e a ecologia dos pássaros. Dois pratos cheios para passarinheiros e ornitólogos amadores.




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Passarinhando tem a produção executiva do ator Gael García Bernal e mostra a situação de um santuário de aves do México que fica na divisa com os Estados Unidos. O site 10,000 Birds comenta sobre o filme nesta resenha.


O documentário aborda uma questão crucial e "coloca o dedo na ferida": uma das funestas consequências de se construir um muro no local seria a destruição do rico ecossistema.

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Por sua vez, Dança dos pássaros tem a narração do ator Stephen Fry e mostra os rituais de acasalamento de diversas aves de plumagens multicoloridas, em diferentes partes do mundo. Uma das aves estudadas é o galo-da-serra (Rupicola rupicola), espécie que ocorre no Brasil.

Outra espécie abordada constrói pacientemente uma torre de palha para impressionar a fêmea e depois faz um incrível show de imitações sonoras e ainda brinca de esconde-esconde com ela.


Os dois documentários foram destaque no site Bird Wire, dos editores da revista Bird Watcher's Digest.


Passarinhando (Birders) e Dança dos pássaros (Dancing with the Birds) são duas excelentes pedidas para os apreciadores da natureza.


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sábado, dezembro 07, 2019

Perdi meu corpo






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 Naofel trabalha como entregador de pizzas, e um dia se apaixona por uma voz no interfone. Explico.

Ao tentar entregar a pizza, a moça que havia encomendado entabula uma conversação bizarra com ele, uma conversa daquelas que a gente só tem com uma alma gêmea...

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A partir daí o jovem (cujo passado é contado em flashbacks) tenta tomar as rédeas de seu destino.

Essa é uma das linhas do tempo desta animação repleta de ternura, de uma sensação de incompletude, de busca de uma felicidade sempre tão difícil de alcançar.

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A outra traz o ponto de vista da mão direita de Naofel, que foi excisada do braço, de um modo que não posso contar, pois seria spoiler.

A mão ceifada parte numa busca incessante em busca do corpo do qual foi apartada.

Esta jornada é alternada com cenas da "memória afetiva" da mão, que tem uma belezinha entre os dedos.


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As teclas de um piano. A areia fininha e quente da praia. A tinta fresca de uma superfície de madeira. O botão "REC" de um gravador.

Tudo isso é revivido e mostrado enquanto a mão enfrenta perigos como aves, ratos, formigas, cães e outros incontáveis obstáculos.

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O roteiro é de Guillaume Laurant, que também assinou o texto de um dos maiores cults do cinema (O fabuloso destino de Amèlie Poulain).

O argumento denso, a certeira direção de Jérémy Clapin e a atmosférica trilha sonora de Dan Levy nos deixam meio anestesiados (ou inebriados) por uma gama de sensações.
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Tanto isso é verdade que vou concluir este post com um comentário de meu filho de 7 anos, que assistiu ao filme comigo. Na hora em que flocos de neve começam a cair devagarinho, ele disse:

"Pai, está nevando sentimentos". 





sexta-feira, novembro 15, 2019

Raridades da Zílvia: Inferno na torre

O auge do cinema-catástrofe. O ápice do exagero em termos de criar situações extremas e colocar pessoas numa arapuca sem saída. 



Inferno na torre, de John Guillermin, é o símbolo de uma época, o ponto alto de um tipo de cinema direcionado a retratar a morte de inocentes (e nem tão inocentes assim).

O roteiro é o grande astro do filme, para o bem e para o mal. Primeiro, pela capacidade de criar personagens com os quais o público vai criar uma certa empatia.


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O arquiteto vivido por Paul Newman é um bom-caráter, um sujeito que está disposto a arriscar a própria pele para salvar outras pessoas e se indigna ao descobrir que o construtor do prédio "economizou" no material elétrico.

E, é claro, o bombeiro encarnado por Steve McQueen, ícone de coragem, sangue frio e heroísmo.

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A antipatia é direcionada ao genro (Richard Chamberlain) do construtor (William Holden), os dois responsáveis pela desprezível decisão de "baratear" os custos da obra, colocando em risco a segurança.


Resultado: no dia da inauguração do prédio, em plena festa, com senador e prefeito presentes, o pandemônio está prestes a acontecer. O incêndio está se alastrando e o dono do prédio tenta minimizar e deixar a festa rolar. Situação parecida acontece em Tubarão (1975), quando os locais tentam abafar as ocorrências para não espantar os veranistas.


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O filme é uma adaptação de dois livros, e imagino que isso tenha permitido ao roteirista tentar aproveitar o melhor de cada um. É uma curiosa situação em que dois estúdios resolveram unir forças para que um filme não "canibalizasse" o outro. Fox e Warner Brothers, que tinham os direitos de The Glass Inferno e The Tower, respectivamente, uniram forças para realizar este tenebroso, sombrio e catastrófico arrasa-quarteirão. Imagino o produtor Irwin Allen dizendo ao roteirista: quero uma catástrofe atrás da outra, quero catástrofe que não acabe!

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Essa miríade de situações-limite dos dois livros e mais a imaginação fértil de Stirling Silliphant (que venceu o Oscar em 1967 com o roteiro de No calor da noite) deixaram o filme um pouco inchado em termos de metragem (165 minutos), mas as resenhas foram boas em 1974: Roger Ebert, por exemplo, deu 3 estrelas em 4. E o público também respondeu bem, com as bilheterias decuplicando o custo do filme.

O elenco também traz William Holden, Faye Dunaway, Fred Astaire, Susan Blakely, Richard Chamberlain, O. J. Simpson, Robert Vaughn, Robert Wagner, entre outros menos cotados.

O filme teve 8 indicações ao Oscar, inclusive Melhor Filme. Ganhou em edição, fotografia e canção.

A seu modo, Inferno na torre é meio profético sob certos prismas, levando em conta tudo que tem acontecido no mundo do século XXI. E a homenagem aos bombeiros que é feita no começo do filme é um merecido reconhecimento a esses profissionais. 

O que salva o filme de ser um mero caça-níqueis, um entretenimento descartável?

Aí que entra o talento do diretor. A sutileza do britânico John Guillermin (que também faria King Kong, 1976, e Morte no Nilo, 1978) dá ao filme uma tônica de ironia, sempre mantendo aceso o suspense, tentando pegar os clichês e imprimir seu toque pessoal. Por essas e outras que Inferno na torre subsiste como um dos imbatíveis filmes do cinema-catástrofe. 






quinta-feira, novembro 14, 2019

Peter Weir dispara em Madrid: "A cultura e o cinema se infantilizaram"

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O diretor australiano Peter Weir foi a Madrid acompanhar uma mostra sobre sua filmografia.

A retrospectiva teve a curadoria da Filmoteca Espanhola e foi anunciada neste artigo.

Yago Garcia do site Cinemanía aproveitou e fez uma entrevista com ele.

Tópicos como Netflix, filmes Marvel e outros foram abordados no bate-papo.

Um dos assuntos foi a "baixa prolificidade" do diretor.



Weir compara o ofício de cineasta ao de esquiador, e a câmera a uma arma carregada.

Quem quiser treinar um pouco o espanhol, é só visitar a página da entrevista.

Outro meio de comunicação que aproveitou a ocasião foi o periódico El mundo.

Peter Weir concedeu entrevista ao jornalista Luis Martínez e disparou: "A cultura e o cinema se infantilizaram".

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segunda-feira, novembro 11, 2019

Raridades da Zílvia: Arizona nunca mais

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Este é o segundo de 4 posts de uma série que
reverencia as valentes locadoras que resistem Brasil afora.
 

A vida é curta, e os filmes são tantos...

Existem filmes excelentes que jamais conseguiremos ver.

Existem filmes ótimos que nos contentamos em ver uma única vez na vida.


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Existem outros, porém, que nem são tão bons assim, mas pelos quais temos um carinho especial. 

Esses filmes são aqueles que somos compelidos a vê-los e revê-los, em diferentes épocas e com diferentes companhias.

Por exemplo, namorada minha, no começo do namoro, tem que assistir a Coração selvagem de David Lynch. Isso serve como uma espécie de vacina ou "batismo de sangue", para que elas conheçam com quem estão lidando. Com um cinéfilo de gosto eclético e predileção por bizarrices, filmes dinamarqueses, vencedores da Palma de Ouro, etc.

Coração selvagem venceu a Palma de Ouro.

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Arizona nunca mais (1987) não é, evidentemente, um filme dinamarquês.

Mas é uma bizarrice, uma comédia bastante alternativa, repleta de non-sense, de um humor bastante específico.

O humor dos irmãos Coen.

Este é o segundo longa de Joel Coen, com roteiro dele e do irmão Ethan.

O primeiro foi o soturno Gosto de sangue.

Um contraste e tanto com Arizona nunca mais.
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Nicolas Cage e Holly Hunter mostram uma "alquimia" tão perfeita quanto é possível para um casal composto por uma policial e um presidiário reincidente.

Herbert "Hi" McDunnough e Edwina "Ed" McDunnough são personagens inesquecíveis do cinema.

Hi, com seus sonhos ou premonições oníricas, com seu cabelo desgrenhado e sua paquidérmica sutileza.

Ed, com seus rompantes de ternura, com sua explosividade prática e seu avassalador instinto maternal.

 O filme ainda traz John Goodman e Frances McDormand, mas a melhor atuação mesmo é do bebê TJ Kuhn, que na cena da perseguição baixa o capuz para não enxergar os riscos aos quais é exposto.

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Arizona nunca mais pega um tópico seriíssimo, que é a dificuldade para ter filhos, e transforma essa dor numa comédia de redenção e catarse.

Em sua singeleza e seu orçamento relativamente baixo, a originalidade das tomadas, a riqueza do roteiro e o elenco bem selecionado dão a tônica e
transformam o filme em um tipo de cult. 

Uma raridade dessas, fora de catálogo para compra, só se acha em uma locadora de respeito.

No caso, a Zílvia Locadora, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul.

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Heidi





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Quem escreveu Heidi? Esse é um dos casos em que a fama da obra precede a fama da autora. O fato é que Heidi é um livro imortal da literatura universal.

Quer uma prova disso?

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Esta adaptação fílmica do clássico literário Heidi é, nada mais, nada menos, que uma das cerca de 25 adaptações já feitas para o cinema e a televisão, entre filmes de live-action e animações.

É, portanto, uma história que cativa a todos e continua se reciclando, geração após geração.


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Esta adaptação em específico tem alguns trunfos.

O diretor é suíço.

As belas locações são na Suíça.

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Anuk Steffen, a menina que interpreta Heidi, é suíça.

Bruno Ganz, o ator que interpreta o avô, é suíço.


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O romance Heidi, em que o filme se inspira, publicado em 1881, foi escrito por Johanna Spyri, que nasceu em 1827 na área rural do cantão de Zurique, na Suíça, é claro.

Ou seja, tudo nesse filme tem tudo para funcionar como um relógio suíço, e realmente funciona.

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A carismática Anuk Steffen aparece na entrevista abaixo junto com Quirin Agrippi, o guri (coincidentemente ou não, também suíço) que encarna o rústico Peter.




O resultado de tanta autenticidade? Não só um filme genuinamente suíço até o tutano dos ossos, mas um filme excelente para ser assistido junto com a esposa e os filhos de 7 e 12 anos.

Cabanas nada básicas

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Quem não gosta de design? Quem não gosta de arquitetura? Quem não gosta de coisas do tipo "faça você mesmo"? Quem não gosta de belas paisagens? Quem não gosta de ver uma competição?

Todos esses ingredientes estão presentes nesta docussérie Netflix.

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Cabanas nada básicas acompanha a trajetória de vários times que concorrem ao prêmio de Melhor Cabana num projeto de hotel itinerante (pop-up hotel) no País de Gales.

Os anfitriões do reality show também são designers e, paralelamente, estão construindo a sua cabana especial.

Tudo isso torna os episódios bastante leves, interessantes e divertidos.

Cada um dos 4 episódios dura em torno de 45 minutos.


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Esse tipo de produto é o diferencial da Netflix e está obrigando empresas como Sky e outras a repensarem seus modos de atuação.

A Sky precisa urgentemente fazer uma reengenharia em suas ideias.

 Uma ideia seria permitir que cada usuário escolhesse à vontade entre os canais e pagasse somente os que efetivamente usa.

Seja como for, a Sky vai ter que "cair na real" e baixar os preços, caso contrário vai continuar a perder clientes para a Netflix.

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domingo, novembro 10, 2019

O exterminador do futuro: Destino sombrio

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Tim Miller estreou como diretor em Deadpool (2016) e agora realiza com Terminator: Dark Fate apenas o seu segundo longa-metragem em live-action.

O sexto filme da franquia não deixa a desejar no quesito "ação de tirar o fôlego".

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Do começo ao fim são poucos os minutos em que o/a espectador/a pode respirar fundo, e, mesmo nesses breves instantes, já sabe que dali a pouco uma nova cena de perseguição, lutas e intensa violência vai começar.

A escolha de uma protagonista mexicana foi uma decisão ousada da produção e serviu para "universalizar" mais os sentimentos em relação a Daniela, ou "Dani" para os amigos. Não resta dúvida de que nós, brasileiros, temos mais em comum com o México do que com os EUA. O português é um idioma da mesma família que o espanhol. Nosso sangue é mais latino que saxônico. Assim, esse aspecto do roteiro serviu para aproximar os brasileiros da heroína do filme.


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A sequência de perseguição em que o caminhão com lâmina frontal, pilotado por Rev-9 (Gabriel Luna), persegue a caminhonete dirigida por Grace (Mackenzie Davis), a soldado aprimorada enviada para proteger Dani (a atriz colombiana Natalia Reyes), remete à clássica sequência de O exterminador do futuro 2 - o julgamento final, em que o exterminador vivido por Robert Patrick persegue a caminhonete pilotada por T-800 (Arnold Schwarzenegger), levando a bordo Sarah Connor (Linda Hamilton) e John Connor (Edward Furlong).

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A propósito, a presença de Linda Hamilton e Arnold Schwarzenegger no novo filme dividiu opiniões. Uns consideraram uma demonstração de que esses icônicos atores não querem "largar o osso". Outros se divertiram e acharam uma participação válida, uma atração a mais para o filme, que culmina com todos reunindo forças para combater o temível e indestrutível Rev-9.

Seja como for, é inegável que os roteiristas souberam utilizar muito bem o carisma de Schwarza, bem como o seu natural pendor para ser discretamente engraçado.

Por sinal, quem quiser conhecer melhor os primórdios da carreira do ator e um pouco do universo do fisiculturismo, vale a pena conferir o documentário "O homem dos músculos de aço", que permite entender melhor a personalidade vibrante e competitiva de Arnie.

No frigir dos ovos, O exterminador do futuro: destino sombrio de Tim Miller oxigena a franquia e permite que Schwarzenegger roube a cena nos breves minutos em que aparece, com sua falas sempre lacônicas, mas significativas. Sua versão humanizada do T-800, na pele de um pai de família e humilde colocador de cortinas, já paga o ingresso.


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sábado, novembro 09, 2019

Raridades da Zílvia: O cão dos Baskervilles






Em Passo Fundo existe uma locadora cujo acervo contém uma riqueza de raridades e filmes fora de catálogo. 

Esta série de 4 posts é um reconhecimento a todas as locadoras que bravamente resistem Brasil afora.






Peter Cushing é Sherlock Holmes e Christopher Lee é Henry Baskerville, o último membro de uma família perseguida por uma maldição. 

O roteiro permite-se muitas liberdades em relação à obra de Conan Doyle.

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O filme é eficiente em sua missão de provocar suspense e manter a tensão até o desfecho.

O diretor Terence Fisher, especialista em terror, marcou época no gênero.

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Ele fazia filmes para a Hammer Films e repetia atores profusivamente.

Por exemplo, em Drácula (1958), Christopher Lee é o Conde Drácula e Peter Cushing é o Dr. Van Helsing. Os dois também estrelam A maldição de Frankenstein (1957) e A múmia (1959). 


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Todos os filmes citados foram dirigidos por Terence Fisher e estrelados por Peter Cushing e Christopher Lee. 

Isso mostra o quanto havia de entrosamento entre a equipe e como o diretor confiava em seus atores.

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O cão dos Baskervilles é uma boa introdução ao universo da Hammer Films e, é claro, um convite à leitura do texto original de Sir Arthur Conan Doyle, publicado em 1902.






A lavanderia de Steven Soderbergh

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O multipremiado e "engajado" Steven Soderbergh realiza um filme que tem mais de "engajamento" do que "drama". A lavanderia é a prova cabal que um diretor tarimbado e um elenco multioscarizado não resultam necessariamente num grande filme. 
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O elenco supertalentoso e superfamoso faz o que pode, mas o roteiro é o ponto fraco. Scott Burns perde o foco e não consegue costurar bem suas ideias, o que acaba colocando em risco a consistência do filme.

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O ponto positivo é que a postura do longa é de crítica às falcatruas do capitalismo selvagem. Uma sátira ao modo como paraísos fiscais foram criados e são utilizados por cidadãos que desejam pagar menos impostos. Até aí, tudo bem. Mas tudo vai ficando um pouco cansativo e forçado com o tempo, e eu tive que interromper a sessão, para retomar outro dia.

São vários "sketches" com situações e personagens de países diferentes, amarrados pela história de uma viúva, Ellen Martin (Meryl Streep), que busca receber o valor do seguro, mas enfrenta dificuldades, e pelos protagonistas das maracutaias, Mossack (Gary Oldman) e Fonseca (Antonio Banderas), que "derrubam a quarta parede" e conversam com a câmera para narrar a sua saga de ganância e lucro.

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Lá pelas tantas os brasileiros serão surpreendidos com a menção de uma empresa brasileira, que é citada como exemplo de corrupção ativa bem organizada.

O espectador tupiniquim sente um misto de emoções. De um lado, a tristeza por sermos citados como um modelo de propinas que chocou o mundo. De outro, o orgulho ao ver que a Lava-Jato desmascarou um esquema dessa magnitude.

The Laundromat Poster #1
Mas essa referência ao Brasil só prova a mixórdia em que o roteiro se enfiou. A ideia inicial, de devassar os "Panama Papers", acaba se transformando num vale-tudo, com direito a incluir toda e qualquer notícia mundial sobre corrupção e falcatrua.

O diretor Steven Soderbergh parece que "criou fama e deitou-se na cama". Ou seja, ficou devendo mais uma vez.




quarta-feira, novembro 06, 2019

El Camino: A Breaking Bad Movie

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Este é o depoimento de uma pessoa que, apesar das indicações dos amigos, jamais viu um episódio sequer da série Breaking Bad.

Acho que sou mais a movie person do que a series person.

Eis que El Camino é a oportunidade perfeita para alguém como eu conhecer o universo Breaking Bad.

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O filme de Vince Gilligan tem um roteiro bastante envolvente e funciona como uma espécie de "estudo sobre um personagem".

Quem é Jesse Pinkman? Quais crimes ele cometeu? A quais torturas e agruras foi submetido? Para onde está indo? O que move o seu âmago?

Em essência, é isso que este bom longa-metragem procura responder.

Um filme desta qualidade deve ser um deleite para os fãs do seriado.

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Eu que não sou fã nem nada posso atestar que o filme também funciona para "outsiders", para quem não entende nada desse universo, nem necessariamente deseja entender.

O roteiro e a montagem dinâmica do filme, sem linearidade, sem respeitar a linha do tempo, exigem um alto grau de atenção do espectador e tornam a experiência lúdica e divertida.

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