sábado, março 18, 2017

Sete homens e um destino (2016)

Quinze anos depois de Dia de treinamento, o diretor Antoine Fuqua volta a escalar Denzel Washington e Ethan Hawke na refilmagem do clássico de 1960 dirigido por John Sturges.

O aficionado que alugar o Blu-ray pode assisti-lo no 'Vengeance Mode', que intercala as cenas do filme com uma descontraída conversa do elenco. Essa experiência é aconselhada para quem já viu o filme uma vez pelo menos.

Caso contrário, o melhor mesmo é assistir ao filme de cabo a rabo, com um pause apenas para estourar as pipocas sabor manteiga de cinema.


São essas as delícias de se morar no interior, numa cidade que deixou de ter cinema há alguns anos.

Assistir tranquilo a um faroeste num sábado à tarde, e depois assistir aos extras, bônus, etc.

Fuqua conta que "samurai" significa "aquele que serve", e essa foi a sua intenção ao refilmar The Magnificent Seven: to serve others.

No caso, homenagear o clássico de John Sturges com um filme e um roteiro completamente novo, e em cuja realização não foram poupados esforços para dar verossimilhança ao gênero: nunca um filme mostrou tantas quedas de cavalos. Também o treinamento com as armas foi bastante exigente, para que os sete mercenários revelassem muita intimidade com revólveres e rifles.

A exemplo do que acontece no original, no filme de Fuqua cada personagem contribui com suas habilidades, que incluem adagas (especialidade de Billy Rock, o asiático do grupo) e arco e flecha (na qual o comanche Red Harvest é exímio).

Como se percebe, a versão de Fuqua acrescenta também a multiplicidade étnica: mexicano, afro-americano, índio comanche (na verdade, um nativo do Alaska) e asiático.

Outra diferença é o maior espaço para a presença feminina, na pele da viúva interpretada por Haley Bennet, que assume a liderança dos camponeses perseguidos pelo famigerado Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard).

A piada sobre o cara que cai de um prédio e a cada andar vai dizendo, "So far, so good" (no original, contada pelo personagem de Steve McQueen) reaparece na versão de 2016 na simpatia de Chris Pratt. 


Uma das coisas legais para comentar sobre Os sete samurais de Kurosawa e as duas versões de Sete homens e um destino é a ambiguidade do que realmente move os mercenários de cada história.

Os samurais de Kurosawa abraçam a causa por uma refeição diária de arroz branco. No filme de Sturges a oferta para a perigosa missão é irrisória, praticamente não paga a munição. E na versão de Fuqua também os recrutados parecem aderir ao grupo mais por orgulho de estar participando de uma missão justa do que pelo vil metal. 



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