‘Road movie’ que acompanha o trajeto de Bihn, do interior do Vietnã, em busca do pai, que mora nos Estados Unidos. Ele nasceu da união entre um soldado ianque e uma moça vietnamita, durante a guerra entre os dois países. Esses mestiços são discriminados no Vietnã, e chamados de ‘menos que pó’.
Road movie é modo de dizer. São inúmeros os caminhos e os meios de transporte que Bihn utiliza em sua jornada. Monta no dorso de búfalos para singrar canais lamacentos; percorre os lagos em canoas para pescar traíras; pedala a velha bike até a cidade grande para achar a mãe e o pequeno meio-irmão; navega, primeiro no convés de um barco, e, depois, no porão de um navio, para atravessar mares e oceanos; nas rodovias americanas, viaja com outros imigrantes em caminhões e pega caronas em carrocerias de camionetes, tudo para alcançar o maior objetivo: conhecer o pai e iniciar uma vida nova.
A exemplo de Bihn, Uma Vida Nova também alcança os objetivos, mas de forma irregular. Maiores ressalvas são quanto ao roteiro, que oscila momentos de lirismo puro com situações forçadas. A roteirista não pensa duas vezes em fazer a história andar a qualquer custo. Pululam peripécias, reviravoltas, escorregões, fugas. A indecisa câmera do diretor norueguês Hans Petter Moland conta com o apoio de uma fotografia bem cuidada, uma trilha sonora competente e por último, mas não menos importante, a presença da exótica Bai Ling – no papel de uma prostituta por quem Bihn se apaixona.
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