sábado, agosto 31, 2013

O reino gelado



Clássico da literatura universal recontado com a mais avançada tecnologia cinematográfica, O reino gelado nada mais é que a mais recente adaptação russa do conto de Hans Christian Andersen, A rainha da neve. Lançado no circuito internacional de cinema, The Snow Queen (Снежная королевa, 2012), com direção de Vladlen Barbe e Maxim Sveshnikov, é um encantador filme em 3-D.

Consegue unir a tradição com o moderno, ou seja, recontar, com a melhor tecnologia, uma obra imortal de modo respeitoso, mas sem medo de acrescentar aqui e ali novos e enriquecedores elementos. Entre as novidades, a presença de um arminho como bicho de estimação de Gerda, e a principal "mudança": Gerda e Kai são irmãos nessa adaptação do século XXI. 

Para quem pensa que os russos "não têm tradição em animação": a produção Снежная королева (não por acaso, também uma adaptação de A rainha da neve), do diretor Lev Atamanov, abiscoitou em 1957 nada mais nada menos que a Palma de Ouro em Cannes na categoria melhor animação. Quem quiser se deleitar com esse clássico da animação, pode conferir em cópia legendada em inglês no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=39PH16vpyXE.

Bolts & Blip: dois rôbos pirados

James Cameron afirmou em recente entrevista que o número de pessoas treinadas em utilizar a tecnologia 3-D na realização de filmes está aumentando de forma quase logarítmica. A julgar pela inundação de títulos muitas vezes obscuros que chegam às locadoras, essa afirmação deve ter algum fundo de verdade. Com o domínio da tecnologia, porém, nem sempre há um correspondente domínio do principal elemento de um filme: o roteiro. Muitos realizadores de filmes 3-D deveriam se preocupar mais com esse fundamento e menos com truques de imagem. A animação canadense/sul-coreana Bolts e Blip: dois robôs pirados procura requentar um misto de referências num roteiro um tanto caótico e com poucos elementos de surpresa. Os personagens são os mesmos da bem-sucedida série passada no canal Teletoon da tevê canadense e também nos EUA. Em tempo: meu filho de cinco anos deu nota 100 para o filme e ainda fez um comentário intertextual sobre a presença dos "schleprechauns", criaturas que remetem aos leprechauns do Gato Félix.

As aventuras de Sammy


Sammy, tartaruga-verde de 50 anos de idade, conta em flashback suas peripécias para dar a volta ao mundo, na companhia, entre encontros e desencontros, do amigo Ray e da amiga - e talvez algo mais - Shelly. As aventuras incluem a travessia pelo canal do Panamá e uma visitinha à Antártica, sempre enfrentando a poluição e a falta de consciência ecológica dos humanos, e, esporadicamente, contando com a ajuda deles. Importante nome no desenvolvimento dos filmes 3-D, o diretor belga Ben Stassen fundou em 1994 a nWave Pictures, inovadora produtora de filmes em formato IMAX. Em 2004 realizou Wild Safari, pioneiro documentário sobre vida selvagem para as gigantescas telas de IMAX. Com Os mosconautas no mundo da lua (2008), Stassen conta a história de três moscas astronautas, no primeiro filme planejado, criado e lançado apenas em 3-D. Crítico da massificação do 3-D, classifica muitos lançamentos estadunidenses como filmes "2,5-D" – quando os realizadores não se esforçam para utilizar o 3D como uma linguagem nova. No making of de As aventuras de Sammy, Ben Stasser define sua visão dos revolucionários recursos do 3-D: "Abordo o cinema 3-D como uma nova linguagem. Crio o filme de modo totalmente diferente de um filme 2-D. A experiência de assistir a um filme 3-D é bem diferente da do filme 2-D. Reagimos ao filme 2-D intelectual e emocionalmente. Com o 3-D, temos também um componente bem físico, a sensação de estar lá, o que aumenta a natureza imersiva da experiência de assistir. E para mim essa é a essência do cinema 3-D."

sábado, agosto 17, 2013

Imortais

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O cineasta indiano Tarsem Singh tem poucos filmes no currículo. Bem-sucedido realizador de videoclipes (entre os quais o premiado vídeo de Losing My Religion, do R.E.M.), estreou no cinema com a ficção científica A cela (2000), voltou a dar o ar de sua graça apenas em 2006, com Dublê de anjo. Dois longas elogiados pela bizarrice dos roteiros e pela plasticidade das imagens. Imortais (2011), o terceiro filme, talvez seja o ápice de sua "marca registrada": um cinema visualmente estarrecedor, com fotografia que lembra as telas de Turner e um apuro formal que beira o exagero. Com roteiro dos irmãos Parlapanides (greco-americanos com raízes em Nova Jersey), Imortais tem o mérito (?) de ousar, ou seja, mandar a mitologia para as cucuias, usá-la como "inspiração" ou "ponto de partida" para construir um universo ficcional paralelo. Os mais puristas torcerão o nariz para as liberdades tomadas pela dupla Charles e Vlas, mas eles parecem não dar bola às críticas. Concentraram o foco em Teseu (Henry Cavill), que assiste ao Rei Hipérion (Mickey Rourke) degolar a sua mãe. Discriminado e escravizado, com a ajuda de Zeus (Luke Evans) e de outros deuses do Monte Olimpo, e o amor da pitonisa Fedra (Freida Pinto), Teseu busca a vingança e a redenção. Nas palavras dos irmãos Parlapanides, o filme é sobre "um ateu que se torna mártir" (vide http://www.alexandrosmaragos.com/2011/09/parlapanides-brothers-interview.html). Estranha estética a serviço de um texto estranho: o resultado só poderia ser estranho, mas quem disse que "estranho" é uma qualidade indesejada? Desde já, Tarsem Singh faz também uma das cenas imortais dos efeitos 3-D: a em que Teseu lança quatro flechas quase simultâneas com o mágico arco de Épiro.




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domingo, agosto 11, 2013

Pequenos espiões 4

Não é sempre que os pais de espectadores mirins têm à disposição o incrível e inconstante talento de um diretor incrível e inconstante. Não é sempre que um diretor estreia com um clássico instantâneo como El Mariachi e constrói um currículo que inclui filmes imperdíveis como From Dusk Till Dawn e Sin City, mas que também se dá ao luxo de filmar meros caprichos como Machete. Não é sempre que um diretor texano de origem mexicana tem tanto conhecimento de causa para fazer filmes para o público kidult, afinal teve cinco filhos (Rocket, Racer, Rebel, Rogue e Rhiannon) com a mesma esposa, Elizabeth Avellan, de quem se separou nas filmagens de Planeta Terror, ao conhecer a atriz Rose McGowan. Não é sempre que um roteiro de filme infantojuvenil trata de um assunto tão relevante quanto dedicar o tempo à família e passar mais tempo com quem realmente amamos. Não é sempre que um roteiro tem a ousadia de mostrar que ter filhos a priori não impede pais e mães de correrem atrás de seus sonhos, muito antes pelo contrário. Não é sempre que uma família tem a oportunidade de usar bem o importante quesito tempo e assistir a um filme família legal como Pequenos espiões 4 (Spy Kids 4D - All the Time in the World), com Jennifer Alba liderando o elenco que conta com as participações de Alexa Vega e Daryl Sabara, os "pequenos espiões" originais, agora jovens adultos. Por fim, não é sempre que um filme é lançado em "4D Aromascope", modalidade de 3D acrescida de aromas e odores, raspando e cheirando cartões em determinadas partes do filme. Em casa, o negócio é colocar os óculos e curtir o aroma da... pipoca!

sábado, agosto 10, 2013

Outros mundos

O Cirque du Soleil continua sua surpreendente trajetória nos palcos e nas telas com Outros mundos (Worlds Away, 2012), com produção requintada de James Cameron e direção esmerada de Andrew Adamson (diretor dos dois primeiros filmes de duas bem-sucedidas franquias, Shrek - pela qual ganhou o Oscar - e Crônicas de Nárnia). Feito para o cinema, Outros mundos talvez só peque um pouco pela longa duração, em torno de 90 minutos. Uma tímida e linda espectadora (Erica Linz) se apaixona por um trapezista (Igor Zaripov) que desaparece ao cair no picadeiro e a acaba tragando junto e a levando a uma jornada onírica a outros mundos. A busca da garota pelo moço serve de delicado fio condutor com o objetivo primordial de visitar diversas e coloridas tendas onde se desenvolvem intrigantes coreografias. O filme serve de veículo para dar uma "palhinha" de nada menos que sete dos shows em cartaz em 2011 em Los Angeles: O, Mystère, Kà, Love, Zumanity, Viva Elvis e Criss Angel Believe. Ideal para se ver em casa, sem pressa, não necessariamente de uma sentada só. Para os fãs dos Beatles, é a chance de sentir o gostinho do aclamado espetáculo Love, que mescla a mágica do Cirque du Soleil com as inesquecíveis canções da banda de Liverpool.

Todo mundo quase morto



 Todo mundo quase morto é uma divertidíssima "comédia romântica" que conta a saga de Shaun (Simon Pegg, corroteirista do filme), jovem cujo relacionamento com Liz está a perigo por um singelo motivo: o pub Winchester. Explico. O mancebo só leva a garota sempre ao mesmo lugar na noite londrina, na companhia do amigo loser, que mais parece um morto-vivo. Ela sente falta de jantar fora. Ele promete mudar. Essa história é contada até os trinta minutos, enquanto no background coisas bizarras acontecem na capital inglesa. O espectador percebe que algo muito, muito estranho se desenrola, embora, aparentemente, Shaun e seu amigo não percebam. O único líquido vermelho que surge nessa espirituosa fase introdutória é a tinta que vaza no bolso de Shaun, que trabalha como vendedor em uma loja, ocasião em que recebe a visita do padrasto, cobrando de Shaun uma visita à mãe no aniversário dela. 
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A partir dos 30 minutos, porém, o inicial déficit sanguinolento será sobejamente compensado, afinal de contas, essa comédia romântica tem como cenário uma Londres não apenas metaforicamente dominada por humanos vazios e catatônicos e sedentos de sangue. Tanto que o recorrente bordão “You’ve got red on you” acaba se tornando uma piada interna e uma das frases cultuadas do filme de Edgar Wright (também roteirista de As aventuras de Tintim junto com Joe Cornish, o diretor de Ataque ao prédio). Britanicamente a dupla de amigos combate os retornados sem armas de fogo: Shaun usa um taco de críquete para abater os cambaleantes mortos-vivos. O poder de fogo só aumenta na sequência final (quando ironicamente um grupo de humanos não infectados se refugia justamente no pub Winchester) e justamente uma winchester é utilizada contra os zumbis. Tem muita coisa nesse filme a ser debatida num pub entre pessoas que curtem gore e cultuam os filmes de George Romero e quejandos. Uma delas é o constante encontro de Shaun com Yvonne, moça que o espectador supõe ter uma queda por ele, e que serviria como “prêmio de consolação”, caso Liz realmente der o fora nele. Quem vai ficar com Shaun? Descubra você mesmo.

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O Besouro Verde

Depois de uma vitoriosa carreira na direção de videoclipes e comerciais de televisão, Michel Gondry fez sua triunfal estreia como diretor de cinema com Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004). Continuou sua trajetória autoral em Sonhando acordado (2006). Depois de cinco anos com projetos menores, volta ao mainstream como o olhar por trás das câmeras de O Besouro Verde (The Green Hornet, 2011). Desde já, Michel Gondry entra para a seleta lista de diretores com cenas clássicas em 3-D. Refiro-me à singela cena em que Kato (Jay Chou) abre duas long necks com um golpe de karatê. A cena funciona às mil maravilhas no 3-D doméstico e dá a tônica do filme: muita diversão com uma direção eficaz, que sabe aproveitar a mágica do 3-D. Alguém poderá criticar as caras e bocas de Seth Rogen na pele de Britt Reid, herdeiro de um império das comunicações que resolve, com a ajuda do engenhoso Kato, criar um anti-herói, misto de contraventor e benfeitor, e ordena o staff do jornal estampar sempre na primeira página suas ambíguas ações noturnas. Mas o fato é que Seth Rogen, a exemplo de Jim Carrey, é o tipo de ator com raízes na comédia mas versátil. A propósito, um dos pontos fortes de O Besouro Verde é justamente o elenco: desde o genial (e eterno coadjuvante) Christoph Waltz na pele do hilário vilão Chudnofsky; Tom Wilkinson como o rigoroso pai de Britt; o já mencionado Jay Chou encarnando o inventivo Kato; e, last but definitely not least, a sempre musa Cameron Diaz como a competente e seriíssima secretária Lenore Case. No frigir dos ovos, O Besouro Verde surpreende positivamente - e a precisão cirúrgica do diretor Michel Gondry contribui muito para isso.

domingo, agosto 04, 2013

Meus amigos dinossauros








O fato de Dino Time (Meus amigos dinossauros, 2012) não ter sido lançado nos cinemas mundiais demonstra o atual patamar da animação, em termos de quantidade e qualidade. Nesse cenário de acirrada competição, mesmo um filme com as vozes dos irmãos Baldwin, Jane Lynch e Melanie Griffith (que dubla Tyra, a mamãe tiranossaura que adota filhotes humanos) acabou relegado a segundo plano.  Não entrou nos cinemas no circuito internacional e teve de se contentar com uma carreira “apenas” nas locadoras. “Apenas” entre aspas porque quem sai ganhando com essa fartura de opções é o público do 3-D doméstico. Mas, diga-se de passagem, a fartura também exige pais mais informados, para uma escolha não impulsiva. Aí vai a informação útil: Meus amigos dinossauros vale a locação, sem dúvida. Roteiro bem amarrado que brinca com conceitos explorados por H. G. Wells em A máquina do tempo. As crianças Ernie, Max e Julia acidentalmente acionam a máquina do tempo fabricada pelo Dr. Santiago (pai de Max), que, com a ajuda de Sue (mãe de Ernie e Julia), tenta resgatar o trio viajante no tempo das garras (e dentes) dos ferozes sarcossauros. Como em outras produções de menor orçamento, esta coprodução da Coreia do Sul e dos EUA, dirigida por Yoon-Suk Choi e John Kafka, apresenta um discreto uso do 3-D, agindo mais em termos de profundidade do que saltando para fora da tela (como no menu do filme).

domingo, julho 28, 2013

Ataque ao prédio


Estreia como diretor do britânico Joe Cornish, habitual colaborador de Edgar Wright (autor do cultuado Todo mundo quase morto). A dupla também é conhecida por assinar o roteiro de As aventuras de Tintim e fazer Hergé se revirar na cova. Neste alternativo Ataque ao prédio, uma gangue de pivetes e uma enfermeira se veem no claustrofóbico cenário de um bloco habitacional, cercados por toscas criaturas alienígenas que misteriosamente perseguem o grupo. Com baixo orçamento, Cornish cria suspense mesclando aventura à Goonies/Gremlins com o típico e irônico humor britânico e conseguindo agradar um público-alvo com o mesmo perfil de Ataque ao prédio: bem-humorado e que não se leva muito a sério. 

Ferrugem e osso

Novo filme de Jacques Audiard, o diretor de De tanto bater, meu coração parou. Ali (Matthias Schoenaerts) mora de favor na casa da irmã, maltrata o filho de cinco anos e trabalha de segurança numa boate. Nas horas vagas, o brutamontes obcecado por lutas ajuda a plantar câmeras para os patrões fiscalizarem o comportamento dos funcionários e transa com qualquer gostosa que der sopa. Numa noite, Ali separa uma briga na casa noturna e se oferece para dirigir o carro da treinadora de orcas Stéphanie (Marion Cotillard), mulher linda, mas aparentemente infeliz, que busca na dança uma válvula de escape. Meses depois, Ali recebe uma ligação de Stéphanie, agora ainda mais soturna e demonstrando ainda mais autocomiseração. Ao acompanhar de modo quase naturalista a incorrigível trajetória de Ali e investigar, com certo distanciamento, a enigmática personalidade da insatisfeita Stéphanie, Ferrugem e osso serve de estudo sobre a incapacidade humana de demonstrar carinho e sobre a capacidade dos amputados para reconstruir a vida.

Turbo









Certas matinês são inesquecíveis para certas famílias. Matinês em que toda a família vai e que ficam marcadas para sempre. Na minha infância, a matinê inesquecível foi a de Super-Homem de Richard Donner no cine Brasília de Carazinho. A fila para entrar dava volta na quadra e, com meus pais e irmãos, guardei na retina as aventuras de Clark Kent (Christopher Reeve). 

 

No século XXI, a sessão inesquecível de um novo núcleo familiar aconteceu no charmoso cine Roxy, no também charmoso bairro de Copacabana. O filme: Turbo 3-D. A família gaúcha se deleitou com a animação da DreamWorks cujo inesperado protagonista é Theo, caracol com o inusitado sonho de participar do mundo do automobilismo, mais exatamente, o da Fórmula Indy. 

Mesmo convivendo com a dura realidade de um canteiro onde todos os dias os caracóis locais sofrem o ataque de pássaros e de um pestinha que adora atropelar caracóis e outros bichinhos com seu triciclo, o inconformado e sonhador Théo treina nas horas vagas para diminuir o seu tempo e ficar mais veloz (ou menos lento). O destino do molusco gastrópode vai se alterar por dois acasos do destino: uma radical experiência sensorial na qual Théo adquire poderes inimagináveis e o contato com um ser humano tão sonhador quanto ele.








   Turbo mostra que com perseverança e bons amigos todos os sonhos podem ser alcançados.

 Falando em matinês...

 


 

sexta-feira, julho 26, 2013

Meu malvado favorito 2

Ótima continuação da lucrativa animação da Universal. As três sapecas filhas adotivas de Gru tentam achar uma companheira para o tímido e soturno papai. In the meantime, o narigudo Gru é recrutado por uma agência de inteligência com o objetivo de identificar um malfeitor que pode ser um entre vários lojistas de um shopping. Destaque para a engraçadíssima e fiel legião de minions que faz de tudo para auxiliar Gru em suas peripécias e espinhosas empreitadas. A dupla de diretores Chris Renaud e Pierre Coffin realiza uma sequência superior ao primeiro filme provocando gargalhadas em todas as faixas etárias e aproveitando ao máximo os recursos do 3-D. Vale mencionar a contribuição divertida da dublagem brasileira, com as vozes de Leandro Hassum (Gru), Maria Clara Gueiros (a agente secreta Lucy Wilde) e Sidney Magal ("El macho").

sábado, julho 13, 2013

Manda-chuva, o filme

Nesta coprodução argentina e mexicana, Manda-Chuva (em inglês, Top Cat, e em castelhano, Don Gato) e sua turma (ou pantilla) enfrentam o vilão Lucas Boapinta, que deseja implantar uma sociedade orwelliana em Nova York, instalando câmeras de vídeo por toda a cidade com o objetivo de controlar e multar os cidadãos. Para isso, a patota composta pelo amável Batatinha (Benny the Ball, Benito B. Bodoque y B), o galã Bacana (Fancy Fancy, Panza), o estiloso Espeto (Spook, Espanto), o descerebrado Gênio (Brain, Demóstenes) e o cor-de-rosa Chu-Chu (Choo Choo, Cucho) vai precisar da inusitada ajuda do Guarda Belo (Officer Dibble, oficial Matute) e da gata Trixie. Longa-metragem que homenageia o clássico desenho animado da Hanna-Barbera que se tornou o segundo grande sucesso do estúdio, após os Flinstones, também conquistando o público kidult. Em sua primeira edição, Manda-Chuva estreou em setembro de 1961 e durou só uma temporada, com trinta episódios. O carisma do protagonista permanece vivo e merecedor da declaração de Bill Hanna no livro Hanna-Barbera Cartoons: Top Cat foi um dos desenhos animados mais sofisticados que já nos arriscamos a fazer. Em tempo: no multifacetado mural da hipnotizante atriz Charlotte Rampling, na exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, como bem observou meu filho de 5 anos, aparece uma foto do Manda-Chuva.

As aventuras de Tadeo

Autor do premiado curta-metragem Tadeo Jones (2004), que resultou na continuação Tadeo Jones y el sótano maldito (2007), o diretor espanhol Enrique Gato lança seu personagem mundialmente no longa Las aventuras de Tadeo Jones (no Brasil, As aventuras de Tadeo). O maior sonho de Tadeo (operário da construção civil que migrou da Espanha para trabalhar em Chicago) é participar de aventuras arqueológicas. Por acaso do destino, Tadeo acaba indo ao Peru no lugar de um pesquisador. Lá se envolve na empolgante busca da cidade perdida Paititi, em companhia da charmosa Sara e do peruano vendedor ambulante Freddy. Outra personagem interessante é a múmia guardiã da cidade.
A película obteve sucesso comercial em todo o mundo. Liderou por várias semanas a lista de filmes com mais espectadores na Espanha, tornando-se a animação espanhola de maior bilheteria de todos os tempos. Chegou ao top 5 na China e ao top 3 na Coreia. Já está em produção a continuação, a ser lançada em 2015. Enrique Gato comprova a "face humana" da globalização 3D e demonstra que é possível fazer animação de excelente nível, tanto em termos de roteiro quanto de efeitos visuais, fora de Hollywood (embora nitidamente influenciado pela "meca do cinema").

A era do gelo 4

Manny anda preocupado com as atividades da filha Amora, tiete do mancebomute Ethan. No entanto, assuntos mais prementes vão se sobrepor aos tradicionais ciúmes e cuidados paternos em relação às filhas adolescentes. Estamos falando, nada mais, nada menos, da deriva continental, que acaba dividindo o continente único Pangeia e também separando Manny de sua família. O mamute se vê flutuando numa jangada de iceberg junto com o bicho-preguiça Sid (acompanhado de sua irreverente vovó) e o tigre-dentes-de-sabre Diego. Como se não bastassem os problemas decorrentes das colossais mudanças na crosta terrestre, a trupe também vai precisar enfrentar um bizarro grupo de piratas liderados pelo Capitão Entranha e a misteriosa tigresa Shira. Com A era do gelo 4, a gélida franquia completa uma década de entretenimento de boa qualidade e, de quebra, brinca com a evolução geológica do planeta, despertando nas crianças o interesse pela ciência.

domingo, julho 07, 2013

Premonição 5



Típico exemplo de filme “B” que não compromete e agrada o público-alvo. Por filme B entende-se filme sem atores famosos e com orçamento relativamente limitado. Por público-alvo, entende-se um grupo de espectadores específicos com atração mórbida por mortes e acidentes bizarros. Grupo de funcionários administrativos da corporação Presage vai fazer uma viagem de ônibus para uma reciclagem. Nas proximidades de uma ponte pênsil, um caminhão de toras passa pelo ônibus. E não é preciso contar mais detalhes que isto: Premonição 5 é um suspense bem amarrado e dirigido por Steven Quale. Quando em 2000 James Wong, o roteirista do seriado Arquivo X fez sua estreia como diretor de cinema, poucos apostariam que aquele seria praticamente o ‘piloto’ de uma série que se projeta interminável (já se fala na produção de Premonição 6 e 7). Mas exatamente isso que aconteceu, e enquanto os produtores continuarem escalando bons roteiristas e diretores (inclusive o especialista em cenas de ação David Ellis, que assina o 2 e o 4), a franquia Final Destination seguirá oxigenizada. Quer saber? O único motivo para você não curtir Premonição 5 é o preconceito contra continuações.  

Monstros S.A. 3D



Clássico da animação do século XXI, revisitado em 3D. Monstros S.A. recebe tratamento 3D a posteriori, afinal, as crianças estão cada vez mais difíceis de assustar. Por isso, a empresa Monstros S. A. faz treinamentos constantes para que os monstros como Sully, com sua pelagem psicodélica, e Mike, com seu olho ciclópico, continuem captando no mundo humano a energia que abastece o seu mundo: justamente a energia obtida dos gritos de susto das criancinhas que se deparam com monstros que saem dos armários. Inadvertidamente, a menina Boo é trazida pelo portal de acesso e coloca em polvorosa a corporação comandada pelo horripilante Randall Boggs, que fará de tudo para eliminar a ameaça. Só uma coisa pode salvar Boo: a afeição que Sully passa a sentir por ela e a amizade verdadeira entre Sully e Mike.  

O mar não está pra peixe



Animação sul-coreana de 2006 que no Brasil ganhou as vozes de Grazi Massafera (a delicada peixinha cor-de-rosa Cordélia), Felipe Dylon (Pê, o bravo peixinho que perde os pais numa rede de pesca) e Tom Cavalcante (Troy, o temível tubarão-tigre que, com a ajuda de uma barracuda e uma moreia, aterroriza toda a comunidade do recife e disputa Cordélia com Pê). Outra importante personagem da história é Tortuga, espécie de guru que treinará Pê a utilizar a força do oceano para combater Troy. Qualquer semelhança com Karatê Kid não é mera coincidência. O filme ganhou continuação em 3D não lançada no cinema.