Depois de uma vitoriosa carreira na direção de videoclipes e comerciais de televisão, Michel Gondry fez sua triunfal estreia como diretor de cinema com Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004). Continuou sua trajetória autoral em Sonhando acordado (2006). Depois de cinco anos com projetos menores, volta ao mainstream como o olhar por trás das câmeras de O Besouro Verde (The Green Hornet, 2011). Desde já, Michel Gondry entra para a seleta lista de diretores com cenas clássicas em 3-D. Refiro-me à singela cena em que Kato (Jay Chou) abre duas long necks com um golpe de karatê. A cena funciona às mil maravilhas no 3-D doméstico e dá a tônica do filme: muita diversão com uma direção eficaz, que sabe aproveitar a mágica do 3-D. Alguém poderá criticar as caras e bocas de Seth Rogen na pele de Britt Reid, herdeiro de um império das comunicações que resolve, com a ajuda do engenhoso Kato, criar um anti-herói, misto de contraventor e benfeitor, e ordena o staff do jornal estampar sempre na primeira página suas ambíguas ações noturnas. Mas o fato é que Seth Rogen, a exemplo de Jim Carrey, é o tipo de ator com raízes na comédia mas versátil. A propósito, um dos pontos fortes de O Besouro Verde é justamente o elenco: desde o genial (e eterno coadjuvante) Christoph Waltz na pele do hilário vilão Chudnofsky; Tom Wilkinson como o rigoroso pai de Britt; o já mencionado Jay Chou encarnando o inventivo Kato; e, last but definitely not least, a sempre musa Cameron Diaz como a competente e seriíssima secretária Lenore Case. No frigir dos ovos, O Besouro Verde surpreende positivamente - e a precisão cirúrgica do diretor Michel Gondry contribui muito para isso.
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