quinta-feira, janeiro 31, 2013

Asterix e os Vikings

No mundo em que o "politicamente correto" está se tornando uma obsessão levada às últimas consequências, é sempre gratificante revisitar personagens concebidos em outras décadas, por artistas não patrulhados por exacerbados paranoicos de plantão. Goscinny & Uderzo produziram seus 24 álbuns entre 1961 e 1977, mas a irreverência de Asterix, Obelix e Ideiafix permanece viva como nunca.  Desta feita, os dois amigos recebem a difícil missão de transformar o medroso Goudurix, o sobrinho de Abracurcix, em um gaulês destemido e exemplar. Paralelamente, os vikings desejam capturar o "campeão do medo", para que o covarde jovem lhes ensine a natureza desse sentimento desconhecido pelo povo nórdico. Os vikings acreditam que o medo lhes dará asas para voar, conforme vaticinou o druida da tribo viking.

Mas Abba, a filha do chefe viking vai se apaixonar pelo mancebo, complicando a situação. Para quem
 tem filhos em idade pré-escolar (ou seja, ainda não oficialmente alfabetizados), Asterix e os Vikings (2006) é uma boa iniciação ao encantador mundo dos gauleses mais famosos da banda desenhada. Os diretores Jesper Moller e Stefan Fieldmark são bons expoentes da escola de animação dinamarquesa; o primeiro depois realizou Sandman and the Lost Sand of Dreams (2010), e o segundo havia codirigido o sucesso Mamãe, virei um peixe (Help, I'm a Fish, 2000).


Cada vez mais, é revigorante revisitar os personagens cujo mote é "Esses romanos são uns neuróticos!" e que têm uma especial predileção para afundar o navio dos pobres e inofensivos piratas. Mas Asterix e Obelix não ensinam apenas a ironia e o sarcasmo: também são exemplos de humildade, camaradagem, honradez e outras muitas qualidades dos intrépidos gauleses que nunca cedem aos invasores, sejam eles romanos ou até mesmo vikings.

sábado, janeiro 26, 2013

Anjos da noite - o despertar

Awakening é o quarto filme da "franquia" Underworld. Kate Beckinsale brilha novamente na pele, ou melhor, no outfit de Selene, a vampira que é o terror dos lobisomens, chiquemente rotulados de lycans nesse submundo. Se a heroína de O despertar de Kate Chopin (romance que, ao ser publicado em 1899, foi rotulado de ser uma espécie de Madame Bovary ambientado no sul dos EUA) desafia as convenções sociais, a heroína de Anjos da noite - o despertar desafia tudo (humanos, superlycans) para proteger sua inusitada e inesperada filha, Eve (a menina India Eisley). Completam o elenco o aspirante a galã Theo James (David, o vampiro boa-praça), Stephen Rea (como o maquiavélico Dr. Jacob) e Michael Ealy (detetive Sebastian). Se no romance de Chopin acontece o despertar da feminilidade e da ânsia de liberdade de Edna Pontellier, no filme da dupla de diretores estreantes Marlind & Stein acontecem (1) o despertar de uma nova e mais poderosa estirpe de lycans - os uberlycans e (2) o despertar de Selene após doze anos congelada como cobaia na empresa de pesquisa Antigen. Filmado em 3-D, Anjos da noite - o despertar tem como um dos roteiristas Len Wiseman, o criador e diretor dos dois primeiros longas da série, que em 2012 assinou o elogiado remake de Total Recall (O vingador do futuro, originalmente realizado por Paul Verhoeven). Por incrível que possa parecer, a franquia Anjos da noite chega ao quarto filme com bastante fôlego e, mais incrível, mostra que ainda tem fôlego para continuar. Uma delícia para despertar fãs de trashs, fãs de ação, fãs de terror e, last but not least, fãs de Kate Beckinsale. Não é sempre que aparece um filme assim - com espírito trash, mas com apuro visual de superprodução.

sexta-feira, janeiro 25, 2013

O escritor fantasma

A carreira de Roman Polanski tem como pontos altos filmes como Repulsa ao sexo (1965), Cul-de-sac (1966), O bebê de Rosemary (1968), Chinatown (1974), O inquilino (1976), Tess (1979), Busca frenética (1988) e O pianista (2002). Com um currículo desses, dificilmente alguém diria que O escritor fantasma situa-se entre os melhores filmes desse parisiense nascido em 1933. Difícil de classificar o gênero. Thriller? Hum... Meio forçado: só tem uma cena de ação. Suspense? Bem, a certa altura existe um clima de whodunnit, em torno da morte do ghost writer do primeiro-ministro Adam Lang interpretado por Pierce Brosnan. Mas não é um suspense de "pedigree"... Digo, não é um suspense tradicional. Se existisse um subgênero "teoria da conspiração", talvez O escritor fantasma se enquadrasse. De qualquer modo, esse hibridismo de não se enquadrar num gênero acaba sendo uma das qualidades do filme. E a outra qualidade é a presença de personagens enigmáticas, como a gélida Ruth Lang, a esposa do primeiro-ministro (em excelente atuação de Olivia Williams).
E o próprio profissional contratado para substituir o ghost writer morto, encarnado por Ewan McGregor, é uma pessoa no mínimo esquisita. Justamente a contida atuação dele que sustenta o filme, cujo roteiro se baseia na obra homônima de Robert Harris. Em suma, talvez pela direção tarimbada de Polanski, O escritor fantasma é um filme bastante tolerável. Na aridez atual de bons diretores autorais, ter diante dos olhos um filme de Polanski deveria ser uma dádiva. Em outras palavras, ainda é mais garantido ver um dos filmes mais fracos de um diretor forte do que o filme mais forte de um diretor fraco. A propósito, força é o que não faltou no seu filme seguinte: Deus da carnificina.  

Padre

Filme do diretor Scott Stewart, estrelando Paul Bettany e Maggie Q, inspirado na série de 16 manhwas criada por Hyung Min-woo, publicada entre 2002 e 2007. Com uma estética apocalíptica que lembra as paisagens de filmes como Mad Max, os quadrinhos coreanos inovaram ao mesclar elementos western com horror. Mérito: a rápida introdução com recursos animados para "explicar" aos neófitos a eternamente conturbada relação entre os humanos e os "so-called" vampiros. Os seres que não gostam de sol sempre existiram, e cada época teve de lidar com eles ao seu modo. Chegou um tempo em que um grupo de elite - os padres - com o amparo da Igreja se tornou a principal arma contra as temidas e sanguinolentas criaturas. Depois de muitas batalhas, agora os vampiros estão detidos em reservas; os padres deixaram de ser úteis e estão proibidos de sair da cidade. Um deles desafia o sistema quando uma moça de sua família é raptada num posto avançado. Maggie Q encarna a bela priestess que tem uma queda pelo eternamente subaproveitado Paul Bettany. O realizador Scott Stewart já havia trabalhado com Paul Bettany no filme Legião (2010).
 

O rei leão

O rei leão, clássica animação da Disney dos anos 1990, agora chega às locadoras em blu-ray 3-D. Para quem já tinha visto e se emocionado no cinema, é uma oportunidade única para reunir a família e curtir um excelente filme. A saga de Simba, o leãozinho órfão desterrado que retorna para pleitear o trono usurpado pelo tio Scar, permanece uma eterna diversão para toda a família. Claro que assistir a um filme com os filhos envolve sempre uma dose de "sacrifício". Por exemplo, eu sempre dei preferência a filmes legendados, mesmo no caso de animações. Mas quando a plateia também é mirim, o negócio é esquecer que o áudio original tem as vozes de Jeremy Irons (o pérfido Scar), Matthew Broderick (Simba adulto), James Earl Jones (o justo e nobre Mufasa), Whoopy Goldberg (a asquerosa hiena Shenzi) e até Rowan Atkinson (como o atrapalhado Zazu). E, à medida que prestamos atenção, começamos a reconhecer e a valorizar a boa qualidade das traduções e dublagens nacionais. Há filmes (e pessoas) que têm o dom de não "envelhecer". O rei leão é um deles. E cinéfilos sempre podem rejuvenescer. É só colocar os óculos e apertar o play.

terça-feira, janeiro 22, 2013

Deu a louca na Chapeuzinho 2 (3 D)

A história dos irmãos e realizadores Todd e Cory Edwards é inspiradora. Pois transformaram a paixão da infância e adolescência (os desenhos animados) primeiro no curta-metragem Chillicothe (1999), elogiado no Festival de Sundance e, mais tarde, no longa Hoodwinked (Deu a louca na Chapeuzinho, 2006). Por uma conjunção de fatores que incluem a sorte (mas, como disse Pasteur, "A sorte favorece a mente preparada"), o filme foi distribuído pelos irmãos Weinstein e contou com as vozes de Anne Hathaway e Glen Close. Resultado: um sucesso de crítica e bilheteria, num filme que reconta a história de Chapeuzinho vermelho sob diferentes pontos de vista. Com o cacife, veio a possibilidade de planejar a sequência: Deu a louca na Chapeuzinho 2 (2011). Desta vez, Chapeuzinho tenta resgatar João e Maria das garras de uma maquiavélica bruxa. No processo, descobrirá outra faceta dos personagens dos Grimm. A direção agora é de Mike Disa, e os irmãos Edwards colaboraram no roteiro. A crítica adotou a postura de espinafrar o filme. Para um cinéfilo com filhos e sem muitas opções na locadora, a continuação tem lá seus momentos e méritos.

Dumbo

Dumbo (1941) permanece um clássico imorredouro da animação. É considerado pelos especialistas um dos mais simples, populares e encantadores filmes de Walt Disney. A receita é modelar: cores vivas e uma boa história para contar. Com apenas sessenta e poucos minutos, Dumbo não tem "tramas paralelas". É apenas a história de um elefantinho trazido pela cegonha com uns dias de atraso para a Mrs. Jumbo, a jovem aliá do circo, e que, para os "padrões normais", possui uma característica que o distingue: as estupendas orelhas. Logo passa a ser caçoado pelos outros elefantes e, o que é pior, por crianças malvadas que vão olhar os animais do circo e provocam o inocente futuro paquiderme. A reação da mãe é exemplar: dá umas palmadas no maroto com a tromba e põe eles para correr, ficando sobre duas patas. O que acontece depois? Bem, se você não lembra, é melhor locar Dumbo para mostrar para os filhos pequenos. Com sequências tidas como das mais influentes da animação (vide a dança dos elefantes cor-de-rosa), Dumbo é um deleite visual e musical, com uma história singela, contada do ponto de vista de alguém que sofre discriminação por ser diferente. Em tempo: o blu-ray vem com dois curtas com temas semelhantes: O rato voador, sobre um ratinho que sonha em voar e O elefante Elmer, sobre um elefante que sofre bullying por ter o nariz muito comprido.

domingo, janeiro 13, 2013

Homens de preto 3

Se você é um cético que não acredita naquelas frases de efeito das capas dos filmes nas locadoras, talvez mude de ideia ao assistir a MIB 3. "O melhor filme da série". É algo que motiva o incauto cidadão que já deixou de ver no cinema para ao menos conferir no aconchego do lar. E que outra opção tem um cinéfilo que está numa cidade sem sala de cinema?
Pois não é que Homens de preto 3 é tudo isso mesmo que prometia? O diretor Barry Sonnenfeld e os produtores esperaram um roteiro inteligente e divertido para dar continuidade à saga da Agência em sua luta eterna contra os alienígenas mal-intencionados. Josh Brolin está irretocável como o agente K em 1969. Homens de preto 3 tem um excelente roteiro com a dose certa entre ação, comédia e, inclusive, leves pitadas de emoção. Somem-se a isso um trio de atores afiados e uma direção segura e... bingo! O melhor dos três Homens de preto, sem dúvida!

Thor e Os vingadores


Talvez sem querer, o diretor Kenneth Branagh, por seu sólido background shakesperiano, tenha impregnado cada cena de Thor (2011) com um peso dramático que contribui sobremaneira à contundência e à eficácia da obra. O ator Chris Hemsworth precisa dar a seu personagem mais do que músculos, cabelos loiros e olhos azuis. A fachada de Thor é importante, e fica ainda mais convincente com sua armadura e a capa vermelha, mas o principal nesse aspirante a super-herói são as emoções. Primeiro, a arrogância de um guerreiro que se considera imbatível. Depois, a dor de ser exilado num planeta como a Terra, longe de Asgard, seu lar ameaçado por uma guerra iminente, e a angústia de não ser merecedor da confiança do pai. Em seguida, os sentimentos ambíguos em relação ao irmão Loki: misto de amor fraterno com rivalidade. E o que dizer de outro e mais profundo sentimento, despertado pela terráquea Jane (ninguém menos que Natalie Portman)? Enfim, Thor precisa equalizar tudo isso e provar que é digno de ser, realmente, um super-herói. Não sei se os dramas existenciais dos personagens atraíram Branagh para esse projeto. Sei que ele aproveitou com maestria as oportunidades para dar estofo a Thor, personagem e filme. Contribuem para a qualidade do filme as atuações competentes de Anthony Hopkins, como Odin, o rei de Asgard, e da sempre linda Rene Russo, como Frigga, sua cara metade e rainha.

Se Thor tem Natalie Portman, Os vingadores (2012) não deixa por menos: a estonteante Scarlet Johansson encarna (um tanto caricaturalmente, diga-se de passagem) a anti-heroína Natasha Romanoff/Viúva negra, uma das agentes recrutadas por Nick Fury (Samuel L. Jackson) para livrar o mundo da ameaça desencadeada por Loki, o maligno irmão adotivo de Thor. O elenco estelar e quasiestelar (Robert Downey Jr. como Tony Stark/Homem de ferro; Chris Evans como Steve Rogers/Capitão América; Mark Ruffalo como Bruce Banner/Hulk; o já citado Chris Hemsworth como Thor e Jeremy Renner como Clint Barton/Gavião arqueiro, sem falar na oscarizada Gwyneth Paltrow como Pepper, a assistente de Mr. Stark) tenta dar credibilidade ao roteiro do diretor Joss Whedon, mais conhecido por ser o criador e roteirista da série televisiva Buffy, a caçadora de vampiros

quinta-feira, janeiro 10, 2013

Detona Ralph





Ralph está em crise existencial. Às vésperas de completar trinta anos (assim como todos os personagens do jogo Conserta Félix Jr.), começa a se questionar certas coisas. Incomoda-lhe o fato de não ser reconhecido pelo que faz (destruir as janelas do condomínio só para que Félix Jr. as conserte e ganhe uma medalha). Incomoda-lhe o fato de morar no lixão enquanto todos os outros personagens do jogo moram no prédio. Enfim, incomoda-lhe o fato de ser vilão. Quer a sensação de ser mocinho, de fazer algo construtivo, não apenas usar a força bruta para destruir coisas. Essa é a curiosa e inteligente premissa do filme Detona Ralph, animação 3-D com boas sacadas e ritmo vertiginoso. Além do bom longa, a plateia é brindada também com um gracioso curta-metragem na abertura, Avião de papel.

segunda-feira, janeiro 07, 2013

Sucker punch: mundo surreal

Zack Snyder é um cineasta que não faz concessões. O mais incrível é que, por méritos de seu incomensurável talento, adquiriu poder na "indústria" a ponto de fazer o que bem entender. É o caso de Sucker Punch, um capricho do realizador de Madrugada dos mortos, 300, Watchmen, A lenda dos guardiões e do vindouro Homem de aço.
Mas, diga-se de passagem, um capricho delicioso. Em primeiro lugar, há um bom tempo um diretor não reunia um elenco tão atraente como Emily Browning (a protagonista Babydoll), Abbie Cornish (Sweet Pea), Jena Malone (Rocket), Vanessa Hudgens (Blondie), Jamie Chung (Amber) e Carla Gugino (Dra. Vera Gorski). Vide as fotos de duas prèmieres no fim deste post.
O filme é pura self-indulgence, expressão de difícil tradução, como a do título do filme. Segundo o Merriam Webster, self-indulgence é a "excessive indulgence of one's own appetites and desires". E sucker punch é "a sudden surprise punch". Snyder dá um golpe inesperado naqueles que o pretendiam vê-lo vendendo sua alma e fazendo filmes não alucinados, não darks, não surreais, não imprevisíveis. A seu bel-prazer, lança mão de tudo que a indústria tem de melhor para realizar um filme completamente descartável para quem tem os pés no chão, mas essencial para quem gosta de dar asas à imaginação e ama filmes loucos. O onírico Sucker Punch desde já tem seu lugar garantido, junto com o belga Malpertuis, o recente Ilha do medo de Scorsese e, por que não, A origem de Christopher Nolan, entre os filmes que exploram as tênues linhas entre consciência e sonho, realidade e loucura.

 

 

 

 

 

 

John Carter - entre dois mundos

 

 

 

 

Só a mente imaginativa de um Edgar Rice Burroughs (1875-1950) conceberia o improvável romance entre um contemporâneo da Guerra Civil dos EUA com uma princesa marciana. Só um diretor como Andrew Stanton (cujo currículo invejável abrange dois Oscar de Melhor Animação, a saber, Procurando Nemo e Wall-E) teria o cacife, a tenacidade e a sensibilidade de transpor ao cinema, com verossimilhança, uma ideia aparentemente estapafúrdia como essa.
O aventureiro e explorador John Carter (Taylor Kitsch) envia uma carta ao sobrinho Edgar, convocando-o para visitá-lo depois de um tempo sem se comunicarem. Chegando lá, Edgar se depara com o tio morto, um testamento e um manuscrito em que o tio relata suas inimagináveis aventuras.
Essa é apenas a premissa de um filme com foco na ação e no ritmo. Tanto que muitas cenas de "contextualização" foram impiedosamente cortadas, como mostra o diretor nos extras, a bem de preservar a cadência e tornar o filme mais ágil. Carter narra ao sobrinho como foi parar em Marte e como conheceu o povo Thark. A propósito, os dois principais líderes do povo que tem altura avantajada, pele esverdeada, aspas torcidas e quatro braços são interpretados por Thomas Haden Church (Tal Hajus, o líder vilão) e Willem Dafoe (Tars Tarkas, o líder do bem). Mas quem domina o foco da narrativa é a bela princesa marciana Dejah Thoris (Lynn Collins), de Helium, que foge para não ser obrigada a se casar com o líder da cidade rival, Zodanga. É se deixar embarcar na mitologia criada por Edgar Rice e se maravilhar com as criaturas de outro mundo - e as emoções do nosso.

Longe dela

Estreia de Sarah Polley como diretora. Conta a história de um casal prestes a se separar, pois a esposa Fiona (Julie Christie) vai internar-se numa clínica especializada em mal de Alzheimer. O marido Grant (Gordon Pinsent) a ama e reluta em concordar com a decisão dela. Mas Fiona é irredutível. Pensa que o marido ficará melhor longe dela. Eis que o inusitado acontece: no novo ambiente, Fiona acaba formando uma intensa amizade com outro interno, Aubrey, o marido de Marian (Olympia Dukakis). Grant, por sua vez, acaba se aproximando de Marian quando ela precisa retirar o marido da clínica por motivos financeiros, o que deixa Fiona muito triste e desorientada. Sarah Polley aborda temas como Alzheimer, amor, sexo na terceira idade, ciúmes e altruísmo com delicadeza e argúcia, demonstrando talento para dissecar as emoções e agruras humanas, confirmado na segunda película (ver post sobre Take This Waltz).

Space Station 3-D + Hubble 3-D


Dois documentários dirigidos e roteirizados por Toni Myers com a cooperação da NASA. Space Station 3-D foi realizado em 2002. Com a narração de Tom Cruise, mostra como astronautas de várias nações contribuíram com a construção da ISS (estação espacial internacional). Hubble 3-D (2010), com narração de Leonardo DiCaprio, narra a trajetória do Hubble, com ênfase na última jornada de uma equipe do ônibus espacial para consertar o telescópio em órbita. Dois pratos cheios para quem gosta de astronomia e ciência, ou mesmo para quem é curioso e quer investir um par de 45 minutos em imagens de tirar o fôlego.

Deep Sea 3-D + Under the sea 3-D

Dois rápidos (na faixa de 40 minutos cada) e deslumbrantes documentários realizados pela dupla de cineastas oceânicos Michele e Howard Hall, com a tecnologia IMAX-3D. Deep Sea 3-D, de 2006, conta com a narração da dupla Johnny Depp/Kate Winslet e traz os encantos dos mares do México, do Caribe e dos EUA (Carolina do Norte). Já Under the Sea 3-D, com narração de Jim Carrey, conduz os espectadores aos coloridos recifes de Papua Nova Guiné, Austrália e Indonésia. Criaturas marinhas bizarras e surpreendentes, delicadas e aterrorizantes. Os filmes trazem bônus em que as particularidades e dificuldades técnicas são reveladas.