Baseado no livro ‘Le Dernier Mitterrand’, de Georges-Marc Benamou, Le Promeneur du champ de Mars (O Último Mitterrand, 2005), do diretor Robert Guédiguian, retrata uma das personalidades mais importantes na história recente da França: o presidente François Mitterrand. Nascido em 1916 e falecido em 1996, vítima de câncer, Mitterrand governou a França por 14 anos, de 1981 a 1995. O título é uma referência às caminhadas de Mitterrand no 'Campo de Marte', área verde de Paris próxima à Torre Eiffel.
O jornalista Antoine Moreau (Jalil Lespert) grava uma série de conversas com o presidente, a fim de reconstituir a sua biografia. O filme alterna os diálogos entre os dois e reserva um espaço para desenvolver a personagem do jornalista e seus problemas conjugais e amorosos.
Mas o cerne do filme é mesmo a amizade que se cria entre o jornalista e o presidente. No filme, Mitterrand (Michel Bouquet) encontra-se no final de seu mandato, quando já enfrentava a doença que o levaria à morte. É retratado como um homem tolerante, ponderado, calmo, culto e, na maior parte do tempo, espirituoso. Cena memorável é aquela em que, depois de almoçarem ostras, os dois saem para caminhar na areia sob o céu cinza, e Mitterrand se põe a devanear com Antoine sobre mulheres.
Outro momento forte da película mostra Antoine trabalhando em seu apartamento, que está à venda. Recebe a visita da corretora e um casal interessado; o homem, possuidor de um importante cargo bancário, interpela Antoine sobre Mitterrand, não sem evidenciar certa ironia sobre a posição política do presidente. A reação de Antoine dá uma idéia do quanto ele admira o presidente e de como o vínculo formado entre os dois ultrapassa o relacionamento profissional e pode ser resumido numa palavra: respeito.
Mas esse não é um respeito cego. Se, por um lado, Antoine cria uma espécie de reverência pelo seu biografado, por outro, é exemplo de jornalista consciente, ao investigar os pontos obscuros da vida de Mitterrand, sobre os quais ele não demonstra vontade de esclarecer.
Está no Wikipedia: Michel Rocard, primeiro ministro francês entre 1988 e 1991, declarou que Mitterrand não era um homem íntegro. O filme de Robert Guédiguian dá uma idéia da personalidade do estadista François Mitterrand – sem a intenção de estabelecer julgamentos. Por isso, o espectador chega ao fim da empreitada com uma certeza: assistiu a um filme íntegro.
O jornalista Antoine Moreau (Jalil Lespert) grava uma série de conversas com o presidente, a fim de reconstituir a sua biografia. O filme alterna os diálogos entre os dois e reserva um espaço para desenvolver a personagem do jornalista e seus problemas conjugais e amorosos.
Mas o cerne do filme é mesmo a amizade que se cria entre o jornalista e o presidente. No filme, Mitterrand (Michel Bouquet) encontra-se no final de seu mandato, quando já enfrentava a doença que o levaria à morte. É retratado como um homem tolerante, ponderado, calmo, culto e, na maior parte do tempo, espirituoso. Cena memorável é aquela em que, depois de almoçarem ostras, os dois saem para caminhar na areia sob o céu cinza, e Mitterrand se põe a devanear com Antoine sobre mulheres.
Outro momento forte da película mostra Antoine trabalhando em seu apartamento, que está à venda. Recebe a visita da corretora e um casal interessado; o homem, possuidor de um importante cargo bancário, interpela Antoine sobre Mitterrand, não sem evidenciar certa ironia sobre a posição política do presidente. A reação de Antoine dá uma idéia do quanto ele admira o presidente e de como o vínculo formado entre os dois ultrapassa o relacionamento profissional e pode ser resumido numa palavra: respeito.
Mas esse não é um respeito cego. Se, por um lado, Antoine cria uma espécie de reverência pelo seu biografado, por outro, é exemplo de jornalista consciente, ao investigar os pontos obscuros da vida de Mitterrand, sobre os quais ele não demonstra vontade de esclarecer.
Está no Wikipedia: Michel Rocard, primeiro ministro francês entre 1988 e 1991, declarou que Mitterrand não era um homem íntegro. O filme de Robert Guédiguian dá uma idéia da personalidade do estadista François Mitterrand – sem a intenção de estabelecer julgamentos. Por isso, o espectador chega ao fim da empreitada com uma certeza: assistiu a um filme íntegro.