Formado em administração de empresas, José Padilha, 40, tem, além de percepção estética, faro comercial. Sabe escolher os temas que vai abordar e, ao juntar R$10 milhões para fazer Tropa de elite, calculava obter bom retorno na bilheteria, com 2,5 milhões de espectadores. Não contava, entretanto, que cópias do filme vazassem devido à ação inescrupulosa dos técnicos de legendagem, o que provocou uma avalanche de pirataria sem precedentes. Estima-se que mais de 3 milhões de brasileiros tenham assistido ao filme antes da estréia nos cinemas. Mas a celeuma da pirataria e o 'boca-a-boca' das pessoas que viram as cópias clandestinas não parecem ter prejudicado o potencial de desempenho nos cinemas: no primeiro fim-de-semana o filme já alcançou 700 mil espectadores.
Padilha iniciou sua carreira no mundo cinematográfico na produção de documentários, como Os carvoeiros (1999, com direção do britânico Nigel Noble) e Estamira (2004). Estreiou na direção com Ônibus 174 (2002), contando a história de Sandro Nascimento, autor do seqüestro que paralisou o Brasil em junho de 2000. Tropa de elite (2007) é seu primeiro filme de ficção.
Baseado no livro Elite de tropa, em que o antropólogo Luiz Eduardo Soares, inspirado em narrativas dos policiais André Batista e Rodrigo Pimentel, cria uma rede de episódios que revelam aspectos do comando, do treinamento e da atuação do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Tropa de elite mantém a preocupação social de Padilha; agora, porém, o ponto de vista é o da polícia.
Não à toa que o atribulado Capitão Nascimento (Wagner Moura) tem esse nome. Nascimento - mesmo sobrenome do seqüestrador do ônibus 174 - é o fato que motiva o capitão a ouvir as súplicas da mulher, que está esperando um filho, e a pedir o afastamento do front do BOPE. Para isso, Nascimento precisa encontrar um substituto à altura de seu sangue frio e sua perícia operacional.
Aí que entram na história os "aspiras" André Matias (André Ramiro) e Neto (Caio Junqueira), dois amigos de infância que entraram na polícia repletos de ideais e boas intenções. Aos poucos, começam a ver como tudo funciona, mas não se rendem ao "sistema": permanecem honestos e dispostos a combater a corrupção. Os dois acabam selecionados para fazer o curso que permite a entrada no BOPE e, enquanto são avaliados pelo Capitão Nascimento, passam por experiências que causam mudanças de comportamento.
Talvez a mudança mais chocante ocorra com o aspirante André Matias, o bom moço estudante de Direito, que, para conviver no meio universitário de modo anônimo, faz vistas grossas quanto ao consumo de maconha pelos colegas. Boas cenas de violência e ação não faltam à Tropa de elite, mas uma das grandes cenas do filme se passa na sala da faculdade, em que André participa - inicialmente, calado - de um debate em que os policiais são tratados como corruptos. Outro complicador é a paixão de André por Maria (Fernanda Machado), que trabalha numa ONG encravada numa favela dominada por traficantes.
Na verdade, em Tropa de elite, as personagens têm importância secundária. O que vale é a "verdade por trás da ficção", ou seja, o quanto os episódios contados no filme retratam aspectos da realidade do meio policial. É a revelação dessa realidade espantosa que faz os espectadores terem a necessidade de falar e meditar sobre o filme.
Padilha iniciou sua carreira no mundo cinematográfico na produção de documentários, como Os carvoeiros (1999, com direção do britânico Nigel Noble) e Estamira (2004). Estreiou na direção com Ônibus 174 (2002), contando a história de Sandro Nascimento, autor do seqüestro que paralisou o Brasil em junho de 2000. Tropa de elite (2007) é seu primeiro filme de ficção.
Baseado no livro Elite de tropa, em que o antropólogo Luiz Eduardo Soares, inspirado em narrativas dos policiais André Batista e Rodrigo Pimentel, cria uma rede de episódios que revelam aspectos do comando, do treinamento e da atuação do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Tropa de elite mantém a preocupação social de Padilha; agora, porém, o ponto de vista é o da polícia.
Não à toa que o atribulado Capitão Nascimento (Wagner Moura) tem esse nome. Nascimento - mesmo sobrenome do seqüestrador do ônibus 174 - é o fato que motiva o capitão a ouvir as súplicas da mulher, que está esperando um filho, e a pedir o afastamento do front do BOPE. Para isso, Nascimento precisa encontrar um substituto à altura de seu sangue frio e sua perícia operacional.
Aí que entram na história os "aspiras" André Matias (André Ramiro) e Neto (Caio Junqueira), dois amigos de infância que entraram na polícia repletos de ideais e boas intenções. Aos poucos, começam a ver como tudo funciona, mas não se rendem ao "sistema": permanecem honestos e dispostos a combater a corrupção. Os dois acabam selecionados para fazer o curso que permite a entrada no BOPE e, enquanto são avaliados pelo Capitão Nascimento, passam por experiências que causam mudanças de comportamento.
Talvez a mudança mais chocante ocorra com o aspirante André Matias, o bom moço estudante de Direito, que, para conviver no meio universitário de modo anônimo, faz vistas grossas quanto ao consumo de maconha pelos colegas. Boas cenas de violência e ação não faltam à Tropa de elite, mas uma das grandes cenas do filme se passa na sala da faculdade, em que André participa - inicialmente, calado - de um debate em que os policiais são tratados como corruptos. Outro complicador é a paixão de André por Maria (Fernanda Machado), que trabalha numa ONG encravada numa favela dominada por traficantes.
Na verdade, em Tropa de elite, as personagens têm importância secundária. O que vale é a "verdade por trás da ficção", ou seja, o quanto os episódios contados no filme retratam aspectos da realidade do meio policial. É a revelação dessa realidade espantosa que faz os espectadores terem a necessidade de falar e meditar sobre o filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é bem-vindo!