domingo, maio 23, 2010

Só dez por cento é mentira


Em cartaz no CineBancários documentário sobre a obra e a vida do pantanense Manoel de Barros. Assina a descinebiografia Pedro Cezar, e a linguagem escolhida para abordar o tema foi adequada. Intercala tomadas em que o próprio poeta responde algumas perguntas propostas pelo cineasta com depoimentos de pessoas que o conhecem ou são envolvidos de um modo ou outro com a sua obra. Para essa parte, Pedro Cezar selecionou alguns personagens essenciais para a trajetória desse "poeta em tempo integral", como definiu Abílio, o irmão caçula de Manoel, bem como pessoas para quem a obra de Manoel é essencial.
Além de Abílio, os depoentes incluem desde pessoas do meio artístico-jornalístico-dramatúrgico-literário, como Fausto Wolff, Adriana Falcão, Bianca Ramoneda, Jaime Leibovicht, Danilinho, Viviane Mosé, Elisa Lucinda e Salim Ramos Hassan, até familiares como a esposa Stella Barros e os filhos Martha e João de Barros, passando por pessoas do meio rural, como o espontâneo e engraçado Palmiro. Não depõe mas é lembrado outra personagem da fazenda de Manoel: o silencioso Bernardo, em cujos ombros os passarinhos pousavam a um mero aceno e em cujas mãos os peixes brincavam no rio. Para costurar todos esses elementos, nada melhor que versos manoelenses pinçados a dedo para elucidar os diversos tópicos. Poemetos visuais também colaboram para dar corpo à obra, que ao final se parece com um poema de Manoel: curto, lírico e musical.

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