agonista) e a falta de alternativas do roteiro. Na segunda categoria, é preciso dizer que a própria ideia de fazer um filme desses é algo quase inimaginável, ainda mais num tempo em que plateias são bombardeadas com fugas vertiginosas, explosões esquizofrênicas e inversões de expectativa mirabolantes. Diferentemente de John Sturges (que fez de Fugindo do inferno uma aventura trepidante), Peter Weir decidiu realizar seu filme sobre uma longa caminhada (não é à toa que o material usado como inspiração para a película se intitula The Long Walk). De modo que depois da fuga dos prisioneiros do gulag, o espectador que se prepare para uma difícil e pedregosa jornada. Parte da crítica louvou a obra, enquanto outra parte, incluindo Beth Wilson (http://www.trespassmag.com/review-the-way-back/), destacou a incapacidade do diretor em despertar no público empatia pelas personagens. A ênfase seria nas paisagens em detrimento do drama humano.Acho que a esta altura posso começar a fazer o contraponto, enumerando alguns dos pontos positivos do filme: a fotografia, a música, a montagem, pequenos detalhes tocantes do roteiro e a direção econômica. (Por direção econômica refiro-me a fazer uma tomada de 10 segundos quando muitos diretores metidos a sebo fariam de um minuto.)
Ainda criando um intertexto com Fugindo no inferno: Steve Mcqueen interpreta o irreverente oficial americano que sempre vai para a solitária. Caminho da liberdade tem seu americano: Mr. Smith, encarnado por Ed Harris, que também se destaca pela coragem. Completam os sete fugitivos o fora-da-lei e stalinista Valka (Colin Farrell); o padre Voss (Gustaf Skarsgård); o comediante Zoran (Dragos Bucur); o desenhista Tamasz (Al
exandru Potocean) e o garoto Kazik (Sebastian Urzendowsky). Um caso à parte no elenco é o talento de Saoirse Ronan - a órfã polonesa que se une ao grupo de fugitivos no meio do caminho.Na condição de fã do diretor, seria fácil rotular o filme com uma série de adjetivos bombásticos com o objetivo de "despertar a curiosidade" do leitor. Mas confesso que sou suspeitíssimo neste caso. Só queria dizer que é uma sensação agradável e feliz ir ao cinema para ver o filme de um cineasta do nosso top ten. Por mais defeitos que o filme possa ter, sempre vamos reconhecer nele as qualidades que nos fizeram respeitar e apreciar o seu trabalho. Se fosse para dar um adjetivo, pediria emprestado o que a rígida Isabela Boscov da Veja usou para classificar Caminho da liberdade: "extraordinário".
O blog está muito interessante.
ResponderExcluirCumprimentos cinéfilos!
O Falcão Maltês