quarta-feira, março 14, 2018

Três anúncios para um crime




Martin McDonagh tem como uma de suas influências David Mamet, outro dramaturgo que se aventurou, com sucesso, a fazer a migração dos palcos às telas. Mamet é autor do livro Três usos da faca, em que preconiza a importância de textos enxutos, da poda, do processo de cortar palavras em excesso, deixando apenas o "osso". 

Em 2001, com apenas 30 anos, McDonagh já tinha uma carreira respeitada, com peças teatrais ambientadas no meio rural irlandês, incluindo O tenente de Inishmore.




A transição para o cinema aconteceu gradativamente, com o "empurrãozinho" de nada menos que um Oscar de Melhor Curta de Ficção (Six Shooter, 2004).

A partir daí lançou três longa-metragens:

Na mira do chefe (In Bruges, 2008),

Sete psicopatas e um shih tzu (Seven Psychopats, 2012) e este

Three Bilboards Outside Ebbing, Missouri (2017), o mais bem-sucedido artística e comercialmente.

Três anúncios para um crime tem essa qualidade. O texto do pupilo de Mamet é cortante, aguçado. O bom roteiro é uma base para qualquer grande atuação. Não é à toa que dois membros do elenco foram premiados pela Academia.

 O humor permeia os diálogos, as situações. A tensão é perceptível. McDonagh é o mestre do contraste. Algumas cenas alcançam um impacto intenso, como a sequência em que uma carta sobre amor é lida em meio a um inferno de violência. 




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