Este post é uma homenagem póstuma ao legado de George Romero
(1940-2017), o diretor estadunidense que sofreu críticas severas ao lançar, em
1968, um filme em preto e branco com uma temática mórbida: um surto
inexplicável provoca a reanimação de cadáveres humanos.
A noite dos
mortos-vivos (1968)
tornou-se um filme cult por delinear as regras de um universo que seria muito
explorado nas décadas seguintes. Algumas dessas regras (zumbis são seres lentos
apenas detidos com uma bala ou uma estocada na cabeça) foram sendo desafiadas
com o tempo, mas todos que abordaram esse mundo tiveram de beber na fonte e dar
o braço a torcer: Romero foi o precursor. O sucesso no meio underground possibilitou
que Romero realizasse a sua famosa trilogia:
A noite dos mortos-vivos (1968)
Madrugada dos
mortos (1978)
Dia dos mortos (1985)
que se transformou em quadrilogia em 2005 com
Terra dos mortos.
Este post faz uma homenagem à trajetória de George Romero focalizando a refilmagem A noite dos mortos-vivos, lançada em 1990.
Com a intenção de dar uma nova roupagem ao filme de 1968, a refilmagem foi dirigida por Tom Savini e teve produção e roteiro de George Romero.
Até nisso Romero era um visionário: era um homem de negócios.
Não abria mão de fazer um comentário social em seus filmes de terror, mas sem perder de vista a lucratividade.
As produções eram relativamente baratas, tendo como principal investimento os efeitos especiais de Tom Savini.
Assim, quando decidiu refilmar seu clássico, Romero, na condição de produtor, tomou a decisão pragmática de autorizar Savini a acumular funções e receber o crédito de diretor.
Elenco? Ninguém famoso. Atores e atrizes relativamente desconhecidos. A noite dos mortos-vivos (1990) traz como dupla principal Tony Todd (que depois encarnaria Candy Man) e Patricia Tallman, que trabalhou na série Jornada nas Estrelas como atriz e dublê.
Roteiro? Custo praticamente zero. Só pegou o seu próprio roteiro de 1968 e deu uma atualizada, aumentando a importância da heroína Barbara. A linha narrativa é basicamente a mesma.
Algumas cenas são idênticas.
Os cenários evocam aqueles do filme do final da década de 1960, apenas com a diferença que, 22 anos depois, estão coloridos, afinal de contas, as novas gerações geralmente abominam filmes em P&B.
Assistir novamente à refilmagem permite chegar a algumas conclusões.
O roteiro tem uns probleminhas na primeira parte, pecando pela opção de
"contar" em vez de "mostrar", em especial, quando Ben
começa a narrar os fatos ocorridos antes de ele se refugiar na emblemática casa.
No terço final o filme engrena e a refilmagem traz algumas inovações, principalmente na conclusão.
Em suma, A noite dos mortos-vivos (1990), dirigido por Tom Savini e estrelado por Tony Todd, é um bom complemento à quadrilogia de George Romero.
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