terça-feira, fevereiro 11, 2020

Democracia em vertigem

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Eu entendo Petra Costa. 

Saudades do Orkut.

O que uma coisa tem a ver com a outra?

Explico. Eu participava de uma comunidade no Orkut chamada "Eu entendo David Lynch".

Algum pândego poderia comentar de passagem: "Claro que é bem mais fácil entender Petra Costa do que entender David Lynch".

Mas, enfim, e seja como for, eu entendo Petra Costa.


Ela elegeu Lula em sua primeira vez como eleitora e viveu momentos de euforia e de esperança.

Depois foi acompanhando as mudanças no país que culminaram com os fatos cujos bastidores ela tão bem mostra em seu bem realizado filme.


Democracia em vertigem é um filme sobre a desilusão. A melancolia. 

A voz de tristeza com que Petra narra o filme é de partir o coração.

Não escrevo com ironia.

É o que eu penso mesmo.

Em essência, ela é uma cineasta que transformou sua tristeza com tudo que estava presenciando em um documentário.

O momento mais marcante do filme é a tomada de cima que mostra o ex-presidente antes de se entregar à polícia, sendo carregado pelos braços de uma multidão inconformada e inconsolável.



Basicamente, Democracia em vertigem é o filme de uma mulher que pertence a uma família de mulheres que filmam.

Tanto isso é verdade que o documentário de Petra Costa contém cenas filmadas pela avó e pela mãe dela.

Um instante de curiosidade histórica é justamente a parte em que a montagem inclui cenas de uma Brasília em construção, em takes feitos pela avó de Petra.

É um fato muito relevante um documentário nacional ser honrado com uma indicação ao Oscar.

O filme traz imagens importantes sobre os bastidores de momentos históricos na vida política recente do Brasil.

Merece ser visto e debatido.


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