O foco do roteiro de Encanto é a dinâmica familiar, em como as pessoas de uma família conseguem harmonizar anseios e angústias.
Não guardar os problemas, dialogar, colocar as coisas em pratos limpos, lavar a roupa suja...
Qual é a argamassa que mantém unida uma família?
Qual a diferença entre uma família que tem seus problemas mas na hora do aperto se une e outra que se desmantela nas primeiras dificuldades?
Por que existem famílias em que irmãos não se falam e rompem relações em definitivo?
Todas essas ideias vêm à tona após a sessão do filme Encanto.
Outra ideia do filme é que todos nós temos dons de cunho pessoal, mesmo que não sejam reconhecidos ainda.
O segredo é cultivar esses talentos, deixar que eles aflorem.
Ao mesmo tempo em que provoca reflexões, o filme encanta a plateia com seu visual, trilha sonora (composta pelo nova-iorquino Lin-Manuel Miranda) e personagens verossímeis.
Os destaques vão para Bruno (dublado por Sérgio Rufino) e Mirabel Madrigal (dublada por Mari Evangelista).
As outras vozes brasileiras do filme estão listadas nesta reportagem.
Acredito que do ponto de vista da diversidade cultural o filme também tem seus méritos ao criar um produto que lembra algumas características da literatura colombiana, como o "realismo fantástico" da obra de Gabriel Garcia Márquez.
Segundo este artigo as borboletas amarelas do filme são uma referência direta à obra "Cem anos de solidão" do autor colombiano.
Esses aspectos culturais são tão importantes que a autora do roteiro, a dramaturga Charise Castro Smith, ganhou um crédito como codiretora. Aí está um nome talentoso para mantermos no radar. Na entrevista abaixo, ela comenta o filme acompanhada de Jared Bush.
Em suma, o novo filme dirigido por Jared Bush e Byron Howard, a dupla responsável por Zootopia, e codirigido por Charise Castro Smith, é um acréscimo interessante ao repertório de animações da Disney.
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