Filme conceitual de Laís Bodanzky, o segundo da cineasta de Bicho de sete cabeças. Diferentemente de O baile (1983), de Ettore Scola, que por meio da música e das memórias das personagens de um salão de baile retoma 60 anos de história da França, Chega de saudade (2008), bem menos pretensioso, conta
apenas a história de um baile. Neste democrático salão paulista, dançam pessoas de todas as idades, cores e credos. Desde o malevolente Eudes (Stepan Nercessian), que dá em cima de Marici (Cássia Kiss), mas tira para dançar Bel (Maria Flor), namorada do DJ Marquinhos (Paulo Vilhena), colega de trabalho do garçom Gilson (Marcos Cesana), conselheiro do viúvo Álvaro (Leonardo Villar), que briga com a também viúva Alice (Tonia Carrero), que dança com o argentino Hugo (Raul Bordale), que protagoniza cenas tórridas com a fogosa Rita (Clarisse Abujamra), até a triste Elza (Betty Faria), que inutilmente tenta atrair atenção dos coroas. Uma cornucópia de personagens que flutua num salão onde tudo pode acontecer. Entre blecautes e cenas de ciúmes, embalado por som ao vivo ou "mecânico", o baile progride e revela a essência de cada personagem. Uma boa (e dançante) surpresa.
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