Na primeira parte do filme, a atenção é focalizada para a incrível e deslumbrante diversidade das espécies oceânicas. O espectador de todas as idades (até de três anos) fica boquiaberto com as imagens ao mesmo tempo singelas e surpreendentes. Peixes, répteis, aves, crustáceos, mamíferos, kelps (algas gigantes) e toda a sorte de organismos pelágicos são mostrados em cenas de fabulosa plasticidade de encher os olhos de encanto. Até mesmo nas cenas de predador/presa, o equilíbrio e as leis da natureza são inexoravelmente respeitadas.
Na segunda etapa da película, o maravilhoso se torna sombrio. Aparece a espécie mais evoluída do planeta Terra! E nunca um filme deixou um fato tão claro: a espécie de cérebro mais requintado, a espécie capaz de invenções inimagináveis, a espécie que está no topo da pirâmide é a que mais ameaça a intricada e delicada teia de interrelações biológicas neste pálido ponto azul. Talvez a vida, em tudo o que ela tem de uniformidade e de diversidade, não devesse ter evoluído até o ser humano. É, caro(a) leitor(a), esta parte do filme é deprimente e depressiva. Dá vergonha de ser gente. Ainda bem que meu filho já estava dormindo.
A terceira parte é um contraponto à segunda, e uma volta às imagens fantásticas da primeira parte, agora com ênfase na reprodução, na esperança de continuidade. Quando as luzes se acendem, porém, as imagens que não saem da retina são aquelas que mostram a ação do belo e inteligente ser humano.
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