domingo, outubro 07, 2012

Os infiéis

A prova de que existe gente sem um pingo de senso de humor é o fato de o filme Les infidèles (lançado na França no começo de 2012) ter provocado censuras e protestos em vários países, começando pela própria França, onde os cartazes originais foram proibidos. Protagonizado por ninguém menos que Jean Dujardin (vencedor do Oscar de melhor ator por O artista) e Gilles Lellouche, o filme consiste numa série de episódios cujo tema é (ou deveria ser) a infidelidade, mas acaba sendo um retrato de quanto certos seres humanos (leia-se, seres humanos do sexo masculino na "idade do lobo") são patéticos.
Personagens da primeira historieta voltam na última e confirmam que o filme não pode ser levado a sério. Neste meio-tempo, os dois atores interpretam personagens diferentes ao longo de cada episódio ou vinheta. Numa delas, o peripatético participante de uma convenção (Jean Dujardin) tenta de todas as formas conseguir uma parceira eventual entre as colegas hospedadas no hotel. Noutra, o ortodontista interpretado por Lellouche aventura-se com uma lolita de quem corrigira os dentes. A infidelidade feminina surge também no conto que aborda a conversa de um casal, em que ambos resolvem revelar suas "puladas de cerca". Outra personagem feminina é a terapeuta tenta curar um grupo de viciados em traição em encontros em que cada um conta suas experiências. Apesar de frívolos e hiperbólicos (ou talvez por isso mesmo), os episódios de Os infiéis têm um mérito: podem ser lidos como apologia ou crítica. Traçam uma caricatura crível e até simpática dos/as traidores/as. A certa altura, até a feminista mais radical é capaz de se compadecer do comportamento irremediável do homem que trai. A propósito, o filme não é indicado para feministas ortodoxas (só aquelas com um pouquinho de senso de humor).

Um comentário:

  1. curti mto mais esse do que "Intocáveis".

    e concordo, as feministas nãopodem assistir..rs

    abs

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