As qualidades de Outback, uma galera animal não são poucas. Primeira: nos transporta a um país maravilhoso, com fauna e flora exóticas e endêmicas, de paisagens inigualáveis e típicas, de utensílios famosos como o bumerangue e poços de água profunda conhecidos como billabong. Um dos locais mais atraentes da Terra, que nos deu bandas como Men at Work e Midnight Oil e cineastas como Peter Weir: down under, em outra palavra, Austrália. Segunda: cria um universo ficcional tendo como personagens justamente representantes de várias espécies australianas, como o diabo-da-tasmânia, o dingo, o wombat, o canguru e, é claro, o coala. Terceira: homenageia o mundo dos parques e circos, tão adorado por crianças de todas as idades, e ao mesmo tempo nos conduz por uma história cujo leitmotiv é a busca pela aceitação e o enfrentamento das discriminações. Johnny, o coala albino transformado em atração no "show de aberrações" de um circo itinerante no sertão australiano, tem a oportunidade de ajudar um grupo de animais que tem seu habitát ameaçado por um crocodilo gigante. A quarta qualidade é não ser uma produção de mainstream e revelar o potencial da animação sul-coreana. O diretor Kyung Ho Lee faz um bom trabalho que só não fez mais sucesso porque as vozes dos protagonistas não foram dubladas por astros de Hollywood, mas sim por ilustres desconhecidos. Já a dublagem nacional é um caso à parte. Acho que poucas pessoas reconhecem a extrema qualidade das nossas dublagens. Filme após filme, cada vez mais me dou conta do talento das muitas pessoas envolvidas na indústria da dublagem nacional, de tradutores a dubladores, de músicos a produtores, que, com pouco tempo e muito profissionalismo, adaptam trabalhos de diversas origens e transformam nosso planeta numa verdadeira aldeia. Outback é apenas mais um exemplo disso.
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