Argo recria, com elogiável distanciamento, um importante episódio histórico: a invasão da Embaixada dos EUA no Irã por uma feroz facção de manifestantes que fez 52 reféns, a fuga de fininho de seis funcionários, o refúgio clandestino na residência do embaixador canadense e, por fim, a exfiltração de Teerã forjando a produção falsa de um filme de ficção fake (aff, quanto "f" nesta frase, não é Ben Affleck?). A operação no mínimo ousada e corajosa foi levada a cabo pelo agente da CIA Tony Mendez. Claro que o roteiro embeleza um pouquinho e acrescenta e omite. Mas o maior mérito de Argo é não ser maniqueísta. Chama a atenção para o jogo político, para como as decisões de Relações Exteriores afetam o país e como a pressão da mídia afeta as decisões das cúpulas. Dirigido por Ben Affleck, que também interpreta o protagonista, Argo revela uma incomensurável paixão pelo cinema, mas essa paixão não ofusca nem cega: pelo contrário, serve como ponto de partida e como fonte de comentários ácidos e irônicos sobre a indústria cinematográfica. O filme vencedor do Oscar não tem nada de extraordinário, mas é um filme honesto, bem realizado e cuidadoso com os detalhes.
quinta-feira, janeiro 23, 2014
Argo
Argo recria, com elogiável distanciamento, um importante episódio histórico: a invasão da Embaixada dos EUA no Irã por uma feroz facção de manifestantes que fez 52 reféns, a fuga de fininho de seis funcionários, o refúgio clandestino na residência do embaixador canadense e, por fim, a exfiltração de Teerã forjando a produção falsa de um filme de ficção fake (aff, quanto "f" nesta frase, não é Ben Affleck?). A operação no mínimo ousada e corajosa foi levada a cabo pelo agente da CIA Tony Mendez. Claro que o roteiro embeleza um pouquinho e acrescenta e omite. Mas o maior mérito de Argo é não ser maniqueísta. Chama a atenção para o jogo político, para como as decisões de Relações Exteriores afetam o país e como a pressão da mídia afeta as decisões das cúpulas. Dirigido por Ben Affleck, que também interpreta o protagonista, Argo revela uma incomensurável paixão pelo cinema, mas essa paixão não ofusca nem cega: pelo contrário, serve como ponto de partida e como fonte de comentários ácidos e irônicos sobre a indústria cinematográfica. O filme vencedor do Oscar não tem nada de extraordinário, mas é um filme honesto, bem realizado e cuidadoso com os detalhes.
sábado, janeiro 04, 2014
Minhocas
Com apoio tecnológico da UFSC, os realizadores Paolo Conti e Arthur Nunes retrabalharam as ideias do premiado curta-metragem homônimo, e o resultado é o primeiro longa-metragem de stop-motion tupiniquim. O tratamento técnico é esmerado, mas o trunfo de Minhocas é a ponderada construção dos personagens: o inseguro Júnior, o nerd Nico e a bad girl Linda, trio que vai combater um lunático tatu-bola e sua gangue e descobrir a importância da amizade, da perseverança e do trabalho em equipe. Famosos emprestam suas vozes a coadjuvantes: Rita Lee é Marta, a mãe de Júnior, Daniel Boaventura é Big Wig (o tatu-bola vilão) e Mister Jumping (super-herói mascarado nos dois sentidos) e Anderson Silva é Cabelo, um dos capangas de Big Wig. Com custo de 10 milhões de reais, Minhocas é stop-motion made in Brazil com áudio em inglês, prontinho para o mercado global (o roteiro tem a colaboração do canadense Thomas LaPierre, da série O mundo encantado de Richard Scarry).
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