terça-feira, outubro 18, 2016

OSINCA no Salão de Atos da UFRGS - Onde o erudito encontra o contemporâneo

Em evento beneficente para a construção da Casa de Apoio do HCPA, com apoio da Fundação Médica do RGS e da Fuccar de Carazinho, a OSINCA fez um show com a participação de convidados especiais.

Resultado: a plateia presente ao Salão de Atos assistiu a uma grande apresentação da OSINCA, que foi aplaudida de pé.

O repertório, como prometido, mesclou música barroca, árias, trilhas de filme e canções pop, exatamente como faz o primeiro CD da OSINCA.


A Orquestra Sinfônica de Carazinho teve a ilustre companhia do Coral da UFRGS, dos solistas Cintia de los Santos (soprano) e Luiz Wiedthauper (tenor), e dos músicos Duca Leindecker e Pezão. Ninguém cobrou cachê.

A fase inicial do show foi dedicada ao barroco, com um bloco só de Händel, começando com Hallelujah! do oratório "Messias" (a faixa 10 do CD) e, se não estou enganado, Lascia ch'io pianga e Ombra mai fu (das óperas "Rinaldo" e "Xerxes", respectivamente) (as faixas 2 e 7 do CD).


No entremeio das músicas, o maestro Fernando Turconi Cordella contou que Johann Sebastian Bach, nos dicionários de música da época, era considerado apenas um professor de música e afinador de instrumentos, em comparação com Händel, já consagrado.

Eu já comentei sobre isso, mas não custa frisar de novo: esse tipo de informação histórica enriquece a experiência do espectador e cria uma empatia com o público.

Essa foi a deixa para a orquestra tocar Eine Kleine Nachtmusik, a propósito, a faixa que abre o CD.

A apresentação seguiu com a homenagem ao cinema, com trechos das trilhas dos filmes Lista de Schindler e A missão, a primeira assinada por John Williams e a segunda, por Ennio Morricone (faixas 6 e 5 do CD).

Também entrou na seleção da noite Con te Partiró, uma iniciação às óperas, nas palavras do maestro. Segundo ele, é preciso muita energia para admirar 4 horas de ópera. Talvez o brasileiro prefira isso mesmo: pequenos drops para sentir o gostinho.

Posso estar enganado de novo, mas acho que duas faixas do CD não foram tocadas: a 3 e a 9, Chamamé e um allegretto de Beethoven, da Sinfonia n.7.

Outro dia vou fazer um post sobre o CD. Não posso escutar agora no volume que eu gostaria.

Forever Young, do Alphaville, a faixa 8, seria tocada no bis, após Let it Be (que não entrou no CD).




Mas, antes disso, um Steinway & Sons foi introduzido sobre rodinhas no palco. Num dos momentos mais emotivos da noite, o maestro interpretou o Prelúdio da Gota d'Água de Chopin, e dedicou a peça à professora de piano e a avó, que estavam na plateia.

É a primeira vez, após 10 anos, que Fernando Cordella faz um solo de piano num concerto. A julgar pela amostragem, talvez ele pudesse reavaliar sua estratégia e não demorar uma década para repetir a dose.

O show entrava na parte final, em que coestrelaram, ao violão e voz, Duca Leindecker (Cidadão Quem) e, na bateria, Pezão (Papas da Língua).

Tocaram uma canção de cada uma das bandas gaúchas e também colaboraram com Let it Be, dos Beatles, com Duca Leindecker cantando os primeiros versos imortalizados na voz de Paul McCartney e depois passando a bola para a soprano e o tenor.

Let it Be teria fechado a apresentação, não fosse a plateia exigir o BIS.

A bateria de Pezão acrescentou uma densidade extra ao intricado arranjo pop-erudito de Forever Young.





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