O currículo de Scott Derrickson mostra uma forte tendência a temas esotéricos, sobrenaturais e ficção científica. Entre outros, dirigiu Hellraiser: Inferno (2000), O exorcismo de Emily Rose (2005), O dia em que a Terra parou (2008, refilmagem do clássico de Robert Wise) e A entidade (2012). Digamos que não é qualquer cineasta que pula de orçamento e consegue de certa forma manter a "coerência" temática: Doutor Estranho tem elementos que mesclam todos esses temas. Com um custo de 165 milhões de dólares, acabou sendo a produção mais cara sob a direção de Scott Derrickson, na qual ele teve plenas condições de mostrar os conhecimentos obtidos em seu Mestrado em Cinema pela USC.
Doutor Estranho tem uma grande qualidade: não se propôs a abarcar mais do que deveria. Apenas introduziu a origem do personagem, o background do exímio e bem-sucedido cirurgião (antes do acidente) que se transforma num arrogante farrapo humano (após o acidente), mas que depois resolve reconsiderar. Enfrenta um dilema: será que nem tudo, afinal, a ciência pode explicar?
Isso que torna o filme agradável: Dr. Strange (Benedict Cumberbatch) precisa reavaliar suas ideias, dar o braço a torcer. Precisa dar ouvidos à poderosa Anciã (Tilda Swinton), para conseguir galgar novos patamares.
Com a ajuda de Mordo (Chiwetel Ejiofor, contracenando com Benedict novamente, após o oscarizado Doze anos de escravidão), tentará deter o ataque de Dormammu (e aqui, uma curiosidade: a captura de movimentos faciais dessa entidade maligna foi realizada pelo próprio Benedict, que ganhou experiência na técnica ao interpretar Smaug na trilogia O Hobbit), que pretende enredar o nosso planeta na Dimensão Negra. O cameo de Stan Lee é particularmente notório: está dentro de um transporte público lendo As portas da percepção, de Aldous Huxley, e exclamando: "Nossa, isto é hilário!".
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