Caótico documentário em três episódios sobre o trabalho de 5 cineastas estadunidenses na Segunda Guerra Mundial.
Um deles, William Wyler, voltou da guerra com a audição seriamente abalada e pensou inclusive em se aposentar.
A trepidante história contada por Mark Harris em seu livro homônimo transforma-se num caleidoscópio de entrevistas, colagens, trechos dos filmes, tudo costurado pela premiada narração de Meryl Streep.
O diretor da "série documental", o francês Laurent Bouzereau, é um homem da confiança de Steven Spielberg. É o responsável por registrar os bastidores dos filmes, entrevistar o elenco, etc., para transformar nos extras. Um exemplo é a edição comemorativa dos 4 filmes de Indiana Jones, cuja direção dos extras é assinada por Bouzereau. Ele também realizou em 2017 Steven Spielberg & John Williams: The Adventure Continues.
Bouzereau era, portanto, o sujeito com as credenciais certas para juntar todo esse rico material e transformar numa série muito interessante, mas não por isso menos caótica.
A ideia de cada diretor antigo ser "apresentado" por um diretor atual é uma das grandes sacadas do documentário. Steven Spielberg, Guillermo Del Toro, Paul Greengrass, Francis Ford Coppola e Lawrence Kasdan contribuem com suas observações para moldar o formato caótico do documentário. O que eu chamo de caótico, Inácio Araújo considerou "irritante" em sua crítica para a Folha de São Paulo. Ele achou desnecessárias as intervenções desses cineastas contemporâneos.
Concordo com ele que as intervenções são desnecessárias para contar a história. Mas em termos de marketing e para "fazer a ponte" entre gerações, foi uma boa ideia.
Em termos estruturais, o primeiro episódio introduz e contextualiza, o seu segundo episódio traz a parte mais sombria, um retrato de tudo que aconteceu de errado na empreitada de cada um desses diretores, e o terceiro arremata com um quê de otimismo.
Esta reportagem do Independent elogia o serviço de streaming responsável pelo documentário, que também disponibilizou na íntegra os curtas realizados durante a Segunda Guerra Mundial por esses cinco grandes cineastas, dos quais Thunderbolt já foi resenhado aqui.
O Independent conclui: "Netflix is at its best when it challenges its subscribers, rather than simply spinning out tried-and-tested binge fodder".
Assistir ao três episódios do documentário ajuda a entender como a experiência no front deixou marcas profundas na psique de cada um dos diretores e influenciou o trabalho deles no pós-guerra. Um fato curioso e relevante é que justamente no rescaldo da guerra eles fizeram algumas de suas obras-primas:
William Wyler ==> Os melhores anos de nossas vidas (1946).
John Huston ==> O tesouro de Sierra Madre (1948)
Frank Capra ==> A felicidade não se compra (1946)
George Stevens ==> Um lugar ao sol (1951)
John Ford ==> Rastros de ódio (1956)
Para abrir horizontes e aprender mais sobre a Segunda Guerra Mundial e Hollywood, Five Came Back é uma imperdível aventura.
Um deles, William Wyler, voltou da guerra com a audição seriamente abalada e pensou inclusive em se aposentar.
A trepidante história contada por Mark Harris em seu livro homônimo transforma-se num caleidoscópio de entrevistas, colagens, trechos dos filmes, tudo costurado pela premiada narração de Meryl Streep.
O diretor da "série documental", o francês Laurent Bouzereau, é um homem da confiança de Steven Spielberg. É o responsável por registrar os bastidores dos filmes, entrevistar o elenco, etc., para transformar nos extras. Um exemplo é a edição comemorativa dos 4 filmes de Indiana Jones, cuja direção dos extras é assinada por Bouzereau. Ele também realizou em 2017 Steven Spielberg & John Williams: The Adventure Continues.
Bouzereau era, portanto, o sujeito com as credenciais certas para juntar todo esse rico material e transformar numa série muito interessante, mas não por isso menos caótica.
A ideia de cada diretor antigo ser "apresentado" por um diretor atual é uma das grandes sacadas do documentário. Steven Spielberg, Guillermo Del Toro, Paul Greengrass, Francis Ford Coppola e Lawrence Kasdan contribuem com suas observações para moldar o formato caótico do documentário. O que eu chamo de caótico, Inácio Araújo considerou "irritante" em sua crítica para a Folha de São Paulo. Ele achou desnecessárias as intervenções desses cineastas contemporâneos.
Concordo com ele que as intervenções são desnecessárias para contar a história. Mas em termos de marketing e para "fazer a ponte" entre gerações, foi uma boa ideia.
Em termos estruturais, o primeiro episódio introduz e contextualiza, o seu segundo episódio traz a parte mais sombria, um retrato de tudo que aconteceu de errado na empreitada de cada um desses diretores, e o terceiro arremata com um quê de otimismo.
Esta reportagem do Independent elogia o serviço de streaming responsável pelo documentário, que também disponibilizou na íntegra os curtas realizados durante a Segunda Guerra Mundial por esses cinco grandes cineastas, dos quais Thunderbolt já foi resenhado aqui.
O Independent conclui: "Netflix is at its best when it challenges its subscribers, rather than simply spinning out tried-and-tested binge fodder".
Assistir ao três episódios do documentário ajuda a entender como a experiência no front deixou marcas profundas na psique de cada um dos diretores e influenciou o trabalho deles no pós-guerra. Um fato curioso e relevante é que justamente no rescaldo da guerra eles fizeram algumas de suas obras-primas:
William Wyler ==> Os melhores anos de nossas vidas (1946).
John Huston ==> O tesouro de Sierra Madre (1948)
Frank Capra ==> A felicidade não se compra (1946)
George Stevens ==> Um lugar ao sol (1951)
John Ford ==> Rastros de ódio (1956)
Para abrir horizontes e aprender mais sobre a Segunda Guerra Mundial e Hollywood, Five Came Back é uma imperdível aventura.