segunda-feira, novembro 29, 2021

Encanto


O foco do roteiro de Encanto é a dinâmica familiar, em como as pessoas de uma família conseguem harmonizar anseios e angústias. 

Não guardar os problemas, dialogar, colocar as coisas em pratos limpos, lavar a roupa suja...

Qual é a argamassa que mantém unida uma família?

Qual a diferença entre uma família que tem seus problemas mas na hora do aperto se une e outra que se desmantela nas primeiras dificuldades?

Por que existem famílias em que irmãos não se falam e rompem relações em definitivo?


Existe um lado "certo" ou o certo, mesmo, é que houve falta de diálogo, empatia e compreensão?

Todas essas ideias vêm à tona após a sessão do filme Encanto.

Outra ideia do filme é que todos nós temos dons de cunho pessoal, mesmo que não sejam reconhecidos ainda.

O segredo é cultivar esses talentos, deixar que eles aflorem.

Ao mesmo tempo em que provoca reflexões, o filme encanta a plateia com seu visual, trilha sonora (composta pelo nova-iorquino Lin-Manuel Miranda) e personagens verossímeis.



Os destaques vão para Bruno (dublado por Sérgio Rufino) e Mirabel Madrigal (dublada por Mari Evangelista).

As outras vozes brasileiras do filme estão listadas nesta reportagem.

Acredito que do ponto de vista da diversidade cultural o filme também tem seus méritos ao criar um produto que lembra algumas características da literatura colombiana, como o "realismo fantástico" da obra de Gabriel Garcia Márquez.

Segundo este artigo as borboletas amarelas do filme são uma referência direta à obra "Cem anos de solidão" do autor colombiano.

Esses aspectos culturais são tão importantes que a autora do roteiro, a dramaturga Charise Castro Smith, ganhou um crédito como codiretora. Aí está um nome talentoso para mantermos no radar. Na entrevista abaixo, ela comenta o filme acompanhada de Jared Bush.



Em suma, o novo filme dirigido por Jared Bush e Byron Howard, a dupla responsável por Zootopia, e codirigido por Charise Castro Smith, é um acréscimo interessante ao repertório de animações da Disney.







  

domingo, novembro 28, 2021

Amor sem medida

 Amor sem Medida - Cenas de Cinema - Crítica | Streaming 

 

 Mais vale um remake honesto que um plágio disfarçado. Amor sem medida (2021), filme do diretor brasileiro Alexandre Machado, digo, Alê McHaddo, é a refilmagem do argentino Corazón de León (2013), que no Brasil ganhou o título Coração de Leão: o amor não tem tamanho.

 

 Egresso do desenvolvimento de games, o diretor produziu filmes de animação antes de se aventurar em live action. A sua filmografia inclui o curta-metragem A lasanha assassina (2002) e os longas Bugigangue no espaço (2016) e O amor dá trabalho (2019).

 

O filme argentino ganhou também uma versão mexicana em 2018:


 

 Sem falar na adaptação francesa:



O forte de Amor sem medida, o remake brasileiro, é o "casting", com Juliana Paes (a advogada Ivana) e Leandro Hassum (Dr. Ricardo Leão) mostrando uma inusitada "química". 

Elisângela também se destaca no papel da mãe que deseja o melhor para filha, leia-se, o melhor de acordo com o prisma dela, é claro.

O elenco de apoio abrilhanta a produção:

A filha do Dr. Leão (Pietra Hassum), 

a secretária Corina (Luana Martau)

o ex-marido de Ivana (Marcelo Laham), 

a gestora de eventos (Carol Portes) e

o pai de Ivana (Marcelo Mansfield)

contribuem cada um com cenas e momentos que deixam o filme mais divertido.

Digna de nota é a homenagem ao cantor Nelson Ned, ao incluir o clássico "Tudo passará", que caiu como uma luva na cena.