Experiência de cinefilia da mais alta potência, caso o espectador seja realmente cinéfilo e faça o esforço para assistir ao filme em um cinema com tecnologia IMAX.
Após Dunkirk, a minha relação com o cinema de Christopher Nolan já havia entrado em uma nova e mais apreciativa fase.
Com Oppenheimer sou obrigado a tirar o chapéu para o cineasta e dizer que agora ele fez algo realmente admirável.
Levar hordas de jovens ao cinema para assistir a um drama em que os diálogos são a base de sustentação do filme é sem dúvida uma façanha digna de nota e que ajuda a criar novas gerações de cinéfilos pensantes.
Já quanto às gerações de cinéfilos mais céticas e maduras, o potencial do filme é outro, ainda mais notório.
O filme de Nolan é daqueles capazes de levar um cinéfilo ao "êxtase de cinefilia", um estado em que os sentidos ficam supridos de imagens, sons, palavras, gestos, sentimentos, tudo em um nível soberbo.
O tema é palpitante em sua superfície, mas Nolan consegue imergir o espectador em vários aspectos do universo da trajetória do físico que comandou o Projeto Manhattan, e faz isso com muito talento e aproveitando ao máximo as oportunidades visuais.
O roteiro é um primor e dificilmente poderia ter uma vírgula tirada ou acrescentada.
Oppenheimer é a obra-prima de Nolan, seu melhor trabalho, e pelo qual receberá mais louros.
O elenco entrega um trabalho magnífico, e temos vários candidatos a indicações a Oscar.
Cillian Murphy sempre fez boas atuações (vide Ventos da liberdade de Ken Loach), mas em Oppenheimer mostra o mesmo que o diretor, um misto irresistível de inspiração e maturidade.
E se alguém aí pensa em ver o filme em uma sala que não for IMAX, assista ao featurette a seguir e repense o seu plano: