Na noite do dia 20 de novembro de 2010, um sábado, deixei o meu filho de três anos com a madrinha dele (coincidentemente, minha irmã) e lá fui eu, na, como sempre, agradável companhia de meu blazer Spirito Santo e, é claro, da mãe de meu filho, com destino às poltronas B-13 e B-14 da plateia do Teatro São Pedro.
Stop. Rewind. Explicando. Na verdade eu tinha ido comprar ingressos para o show da Tereza Salgueiro, mas descobri que havia sido cancelado. Ora, não sou de perder a viagem e de imediato escolhi dois excelentes lugares para a peça.
Depois de adquiridos os ingressos, passei a pesquisar sobre a qualidade da peça. Descobri, por exemplo, que a Bárbara Heliodora havia resenhado positivamente a adaptação da obra de Jorge Amado, dirigida por Pedro Vasconcelos. E também descobri uma resenha de um cidadão de João Pessoa criticando a peça e insinuando que a Bárbara Heliodora precisava trocar de óculos. E parei por aí na minha pesquisa. Restava conferir e ver com qual das duas opiniões eu mais concordaria.
Eis que chega a tão esperada data e, depois da operação logística já explicada acima, lá estávamos (a Andrea, meu blazer e eu) no teatro mais charmoso do Rio Grande do Sul.
Desnecessário dizer que é sempre uma ótima sensação estar naquele ambiente. Pessoas bonitas, cultas e... uma menina de quatro anos! Hum... isso que eu chamo de mãe liberal. Levar a filha na mais tenra idade a um espetáculo em que ao que consta haverá uma cena de nu frontal masculino. Mas a mãe dela pareceu tirar de letra os olhares de censura que recebeu (e a menina pelo jeito se divertiu, pois a peça é mesmo divertida e musical).
Bem, a esta altura o leitor mais atento já terá percebido que este blogueiro concordou mais com os argumentos de quem elogiou a peça do que com os de quem a criticou negativamente.
Sem dúvida, o espetáculo aproveita as melhores cenas do livro para encená-las no palco. O competente elenco, com Cláudio Galvan no lugar de Duda Ribeiro como Dr. Teodoro, provoca risos e até breves momentos de introspecção, com destaque para os monólogos de Florípedes, mais conhecida como Flor (Carol Castro, que substituiu Fernanda Paes Leme). Completa o trio principal de atores Marcelo Faria, o pândego Vadinho.
Ao cabo da peça, uma grata surpresa: os atores esperam os aplausos cessarem e travam uma conversa descontraída com a plateia. Um rapaz que estava na minha frente elogiou o ator Marco Bravo, que interpreta Dorival Caimmy (e, por sinal, marido de Carol Castro). E o público saiu satisfeito, lembrando da frase de improviso de Marcelo Faria:
"Tá calor no Pelourinho!" (proferida quando ele passou perto de uma moça da plateia e ela ficou se abanando) e também do bordão "Tem toda!", a resposta de Flor quando o segundo marido pede licença à esposa para deitar-se com ela.
P.S. Valeu, mAninha!
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