Sete universitários e um labrador vão passar o findi numa paradisíaca ilha lacustre infestada de tubarões famintos. Lanchas, jet skis, esqui aquático, tudo é pretexto para uma cena de encontro entre as feras aquáticas e seu alimento: carne humana. Até aí, tudo bem, o problema é que as expectativas são altas, quando temos, de um lado, um diretor experiente e do outro, um cinéfilo talvez nem tão experiente, mas com certa bagagem acumulada. Espera-se de um diretor experiente evolução ao longo da carreira. Que com o andar do tempo e o aumento do cacife na indústria, deixe de lado os total trashs e, sei lá, faça algo mais substancial e sério, enfim, que acrescente algo para a humanidade.
Espera-se de um cinéfilo relativamente experiente evolução ao longo da trajetória. Que com o andar do tempo e a amplidão dos horizontes na mágica arte de Méliès, deixe de lado os trashs descartáveis e, sei lá, aprenda a exercer a previsibilidade e não embarque mais em canoas furadas 3D. Eis que todo diretor, antes de pensar em arte, tem que pensar no cachê. E eis que todo cinéfilo sempre espera coisas boas do realizador de Premonição 2 e Serpentes a bordo. Em seu novo filme, Shark Night (Terror na água), David R. Ellis - que após décadas trabalhando como chefe de dublês e diretor de segunda unidade em 2003 passou a receber o “crédito autoral” - demonstra que o seu lema é “caiu na rede, é peixe”: quando aparece um trabalhinho, ele pega o roteiro e faz o melhor que pode. Mas se o roteiro deixa a desejar e os atores não têm o mínimo de carisma, o que pode fazer o diretor? Quase nada, além do que ele sabe fazer: um filme total trash. E se a película é fraquinha e os gatos pingados da plateia completamente apáticos, o que pode fazer o cinéfilo? Quase nada, além do que ele sabe fazer: uma resenha trash.
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