sexta-feira, dezembro 30, 2011

Missão: Impossível - Protocolo Fantasma

Se todo filme tem (ou deveria ter) um tema principal, a estonteante sequência de fugas, perseguições, vertigens, disfarces, explosões, lutas, golpes, saltos, mergulhos, voltas e reviravoltas de Protocolo Fantasma serve para ressaltar a importância do trabalho em equipe. Sem a ajuda de William Brandt (Jeremy Renner), Benji Dunn (Simon Pegg) e Jane Carter (Paula Patton), Ethan Hunt não conseguiria realizar suas difíceis e quase impossíveis tarefas. Sim, no alto escalão do mundo da espionagem/contraespionagem (como em outros mundos), prevalece a capacidade de concatenar e coordenar esforços para atingir as metas. No caso, a meta (nada original, diga-se de passagem) é atrapalhar os planos de um cientista maluco que ambiciona desencadear uma guerra nuclear. Às vezes, a originalidade não vem na concepção global, mas sim nos detalhes. E o novo veículo narcisístico de Tom Cruise tem detalhes originais.
Por exemplo, a inesperada escalação de um diretor de animação, Brad Bird, que tem no currículo Os Incríveis (2004) e Ratatouille (2007), pode ser no mínimo considerada um tanto desconcertante. Em termos de roteiro, se, por um lado, sobram os problemas pouco inovadores, por outro, pululam as soluções inusitadas. Afinal, há mais coisas entre os céus de Budapeste, Moscou, Dubai e Bombaim do que sonha nossa vã filosofia. Aperte os cintos, mas não desative as células cinzentas: assim a experiência de Protocolo Fantasma torna-se mais lúdica.

domingo, dezembro 25, 2011

Triângulo amoroso

Só pelo prazer de relembrar uma canção já valeu a pena ir ao Instituto de Cinema e Cultura NT. Durante o filme e nos créditos, a clássica Space Oddity (1969, vide https://www.youtube.com/watch?v=iYYRH4apXDo para os nostálgicos ou https://www.youtube.com/watch?v=D67kmFzSh_o para os ainda mais nostálgicos) é um dos pontos fortes da trilha de Triângulo amoroso (Drei, 2011). De quebra, além de David Bowie e de um pôster de Os pássaros, de Hitchcock, o novo filme de Tom Tykwer (Corra, Lola, Corra; A princesa e o guerreiro; Paraíso) traz algumas cenas bonitas e um roteiro que mistura dois tipos de câncer e dois tipos de amor. Metáfora: natureza doentia do amor? Câncer e amor são gêmeos? Ou melhor: no universo ficcional politicamente correto de Tykwer, o amor é um só, não importa a modalidade. Sinopse: personagens multifacetadas perambulam em Berlim em busca de novas paixões e sensações. Chuva que desaba, vidas que se reinventam. Nem toda doença é incurável: 1 cirurgia, 2 fetos, 3 amores. Ser mãe, ser pai, ser amante. E para que DNA, se o triângulo é realmente amoroso?

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Roubo nas alturas

Cada diretor tem sua especialidade. Brett Ratner é especialista em dirigir filmes esquecíveis, mas que sempre por um motivo ou outro exercem atração sobre o público. Nunca realizou um clássico nem um grande desastre. É um diretor regular em todos os sentidos. A sua filmografia inclui: Um homem de família (com Nicolas Cage e Téa Leoni, 1999), Dragão Vermelho (2002), X-Man: o confronto final (2006), sem falar na série estrelada por Chris Tucker e Jackie Chan A hora do rush (1998, 2001 e 2007). Em Tower Heist (Roubo nas alturas, 2011), Ben Stiller é Josh Kovaks, o eficaz gerente de um edifício moderno cujo morador da cobertura é Arthur Shaw (Alan Alda), considerado um corretor financeiro de sucesso. Tão bem-sucedido ele aparenta ser que Kovaks cede a ele o direito de gerir o fundo de aposentadoria de todos os empregados do prédio. Mas honestidade é uma palavra que não existe no dicionário de pessoas como Shaw. E Kovaks, um cara de bem, resolve pagar na mesma moeda, reunindo uma equipe de improváveis ladrões, incluindo Slide (Eddie Murphy), exímio ladrão de antenas parabólicas. As interpretações de Ben Stiller e Eddie Murphy já pagam o ingresso, com destaque também para Lester, o patético personagem de Matthew Broderick.