Se todo filme tem (ou deveria ter) um tema principal, a estonteante sequência de fugas, perseguições, vertigens, disfarces, explosões, lutas, golpes, saltos, mergulhos, voltas e reviravoltas de Protocolo Fantasma serve para ressaltar a importância do trabalho em equipe. Sem a ajuda de William Brandt (Jeremy Renner), Benji Dunn (Simon Pegg) e Jane Carter (Paula Patton), Ethan Hunt não conseguiria realizar suas difíceis e quase impossíveis tarefas. Sim, no alto escalão do mundo da espionagem/contraespionagem (como em outros mundos), prevalece a capacidade de concatenar e coordenar esforços para atingir as metas. No caso, a meta (nada original, diga-se de passagem) é atrapalhar os planos de um cientista maluco que ambiciona desencadear uma guerra nuclear. Às vezes, a originalidade não vem na concepção global, mas sim nos detalhes. E o novo veículo narcisístico de Tom Cruise tem detalhes originais.
Por exemplo, a inesperada escalação de um diretor de animação, Brad Bird, que tem no currículo Os Incríveis (2004) e Ratatouille (2007), pode ser no mínimo considerada um tanto desconcertante. Em termos de roteiro, se, por um lado, sobram os problemas pouco inovadores, por outro, pululam as soluções inusitadas. Afinal, há mais coisas entre os céus de Budapeste, Moscou, Dubai e Bombaim do que sonha nossa vã filosofia. Aperte os cintos, mas não desative as células cinzentas: assim a experiência de Protocolo Fantasma torna-se mais lúdica.
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