terça-feira, março 14, 2017

Deadpool

A trajetória de Tim Miller lembra um pouco a de David R. Ellis, que, após uma sólida carreira como coordenador de dublês e diretor de 2ª unidade, mais tarde se tornou o cara que diz "Action" e "Cut", ou seja, a pessoa que fica majestosamente sentada na cadeira de Diretor. (Embora eu creia que, por ser um ex-dublê, o saudoso Ellis de Serpentes a bordo e Terror na água não devia ficar muito tempo sentado no set.)

A diferença é que Tim Miller, antes de estrear como diretor aos 50 anos com Deadpool, construiu um currículo respeitável à frente do Blur Studio, conceituada empresa de efeitos especiais.

Deadpool se tornou o mais lucrativo filme de um diretor estreante. Custou a bagatela de 58 milhões e rendeu polpudos 783 milhões de dólares.


Contribuíram para esse êxito a bioquímica entre o casal interpretado por Ryan Reynolds e a brasileira Morena Baccarin e também o fato de o roteiro não se preocupar em ser "politicamente correto". Ou fazer o possível para não sê-lo.

Os roteiristas adicionaram gratuitamente características que o Deadpool dos quadrinhos supostamente não tinha: linguajar "bagaceiro" e cenas de sexo.

Eis que a ideia funcionou, afinal de contas, quem não gosta de um pouco de dirty language de vez em quando?

E jogue a primeira pedra quem passa uma semana inteira sem ser "desbocado", sem falar um nome feio que o filho pequeno de 5 anos escuta e logo sai repetindo na primeira oportunidade que aparece?

Tá certo: o tradutor das legendas se empolgou um pouco, quando Deadpool fala

"Whatever"

e na legenda aparece

"F***-se".

No frigir dos ovos, creio que, além dos fatores supracitados, foi justamente a bagagem de Tim Miller nos efeitos especiais que transformou Deadpool nesse retumbante sucesso comercial e artístico.

Miller enfatizou um estilo de efeitos mais verdadeiros, não muito "computadorizados", deveras adequados a um filme de (relativo) baixo orçamento, pelo menos, em se tratando de um filme de super-herói da Marvel.

Baixo orçamento, aliás, que vira piada até na fala de Deadpool, que critica o fato de só aparecerem dois membros dos X-Men ao longo do filme, no caso, Míssil Adolescente Megassônico e o Colossus.


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