Em 1949, o filme Ladrões de bicicleta, do italiano Vittorio De Sica, mereceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Dois anos antes, De Sica já havia recebido um Oscar honorário, que praticamente levou à criação da categoria, com Vítimas da tormenta (Shoeshine), sobre dois amigos engraxates.
Ladrões de bicicleta é o
aprimoramento do seu estilo que se convencionou chamar "neorrealista"
e que influenciou os caminhos de Hollywood na década de 50. É uma fábula sobre
o renascer e a perda da esperança, com um final daqueles de ficar pensando. Em 1949, o filme Ladrões de bicicleta, do italiano Vittorio De Sica, mereceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Dois anos antes, De Sica já havia recebido um Oscar honorário, que praticamente levou à criação da categoria, com Vítimas da tormenta (Shoeshine), sobre dois amigos engraxates.
Um desempregado é chamado pela agência de
empregos. A vaga oferecida é de colador de cartazes e o candidato deve ter
bicicleta própria. Só através dela pode conseguir o emprego. Volta para casa
preocupado, pois havia penhorado a bicicleta para comprar comida para a
família.
Que problema o homem não conta para
a esposa, que ela não dê um palpite, uma dica, ou mesmo a solução definitiva? A
esposa de Antonio leva todos os lençóis do enxoval para a casa de penhores e
levanta o valor para retirar a bicicleta. O marido consegue o emprego.
Contente, o chefe de família começa
animado uma nova fase. Nem bem tem o gostinho de voltar a trabalhar, sofre um
revés, pela ação dos larápios do título. Então começa a melhor parte do
filme. Antonio, com a ajuda de amigos e
do filho Bruno, passa um fim-de-semana tentando recuperar a bicicleta roubada.
Nesta comovente busca, enfrenta a omissão de uns, o fingimento de outros e, por
fim, a dúvida de estar acusando alguém injustamente. Em uma sequência
memorável, persegue um suspeito até sua casa e quase é linchado pelos vizinhos.
Inconformado com a falta de sorte, o protagonista toma uma decisão desesperada.
O menino Enzo Staiola tem um
desempenho notável como o pequeno e emotivo Bruno. Já o ator Lamberto Maggiorani encarna
o transtornado Antonio, produto da recessão do pós-guerra na Itália. Sua
atuação dá a medida exata de até onde um homem consegue manter a esperança, e
quando começa a perdê-la.
Muitas décadas se passaram, mas o drama do desemprego
ainda é uma realidade em muitos países.
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