Owen Gleiberman, o crítico da Variety, declarou nesta resenha que este filme é "um dos mais honestos e transbordantes retratos sobre um artista do cinema" já assistidos por ele. Com o título em inglês de Bergman - a Year in a Life, o documentário da recém-cinquentona Jane Magnusson foca o prolífico ano de 1957, em que o cineasta sueco lançou Morangos silvestres e O sétimo selo, além de dirigir duas grandes peças teatrais e realizar um telefilme no entremeio, e aproveita para coletar um mosaico de depoimentos e fatos sobre a vida profissional e pessoal do célebre "helmer".
A documentarista Jane Magnusson conta nesta entrevista a um site de Portugal que ela não é uma fã incondicional de Bergman e de que foi descobrindo, aos poucos, curiosidades sobre tudo o que Bergman produziu naquele fértil ano. A partir disso, sua decisão de realçar as façanhas de Bergman no ano de 1957 foi reforçada, e, com uma linha narrativa baseada nisso, ampliou o escopo ao retratar aspectos mais gerais e idiossincráticos de Ingmar Bergman, como, por exemplo, sua paixão por bolachas Maria, que ele usava para aplacar as dores de suas úlceras gástricas.
Diretora Jane Magnusson, foto do site Nordic Women in Film |
Para quem se interessar em saber mais detalhes sobre a realizadora, este perfil conta que Jane formou-se bacharel em Cultura moderna e mídia cinematográfica em 1992. Em 2010 consagrou-se na indústria fílmica sueca ao assinar o premiado documentário Ebbe - the Movie.
Por sua vez, no site brasileiro Mulher no Cinema, Luísa Pécora escreveu apropriadamente que Magnusson "rejeita a tentação de só ficar no elogio ao gênio".
E o que eu, Henrique Guerra, do blog brasileiro, gaúcho e carazinhense olhar cinéfilo, no ar há 15 anos, penso sobre o filme de Magnusson?
Assisti ao filme numa sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre, emborasmente tenha sido a primeira vez neste ano que compareci a uma sessão do clube. Essa infrequência decorre de um problema geográfico momentâneo: estou morando no interiorrrr.
Apesar de estar meio "sumido", fui muito bem recebido pelos membros do clube, ouvi a interessante introdução de nosso colega Paulo Casanova e acompanhei a sessão na icônica Sala 8 do Espaço Itaú, a mesma em que já assisti a De tanto bater, meu coração parou, por sinal, o primeiro post do blog olhar cinéfilo no endereço do blogger (antes era weblogger).
Fiquei feliz ao observar que existe muita gente nova comparecendo às sessões do clube e senti-me ainda um pertencedor a esse intimista ambiente cineclubista.
Mas pare de fazer digressões, meu caro.
E o filme, Henrique Guerra, o que você achou do filme?
Já chego lá, impaciente leitor.
Não sem antes afirmar que, aprioristicamente, um cinéfilo não precisa "achar" nada sobre um filme. Ao cinéfilo cabe assistir e cultivar sua paixão. Cada fotograma ou cena a que temos a honra de assistir em uma sala escura é motivo de regozijo. Se estamos em companhia de outros cinéfilos que comungam do mesmo sentimento, tanto melhor.
Sei que existem cinéfilos e cinéfilos, e muitos deles são muito exigentes.
Não é o meu caso.
Em todo caso, mesmo se eu fosse muitíssimo exigente eu teria apreciado o filme de Magnusson.
Até que enfim, Henrique Guerra, a sua tão esperada "opinião pessoal"!
Sim, o filme passa rápido. Entre detratores e admiradores, vão aparecendo na tela parentes, ex-companheiras, ex-pupilos, atores que participaram de seus filmes e peças teatrais, que vão desmistificando e humanizando Ingmar Bergmann. Não é preciso ser um especialista em Bergman para apreciar o filme de Jane Magnusson. Ao contrário: é uma boa iniciação ao cinema dele.
Não entendo sueco, mas aprecio a musicalidade do idioma.
É uma pena que esta entrevista não traga legendas em inglês:
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