segunda-feira, agosto 20, 2018

Bergman - 100 anos




Owen Gleiberman, o crítico da Variety, declarou nesta resenha que este filme é "um dos mais honestos e transbordantes retratos sobre um artista do cinema" já assistidos por ele. Com o título em inglês de Bergman - a Year in a Life, o documentário da recém-cinquentona Jane Magnusson foca o prolífico ano de 1957, em que o cineasta sueco lançou Morangos silvestres e O sétimo selo, além de dirigir duas grandes peças teatrais e realizar um telefilme no entremeio, e aproveita para coletar um mosaico de depoimentos e fatos sobre a vida profissional e pessoal do célebre "helmer".

A documentarista Jane Magnusson conta nesta entrevista a um site de Portugal que ela não é uma fã incondicional de Bergman e de que foi descobrindo, aos poucos, curiosidades sobre tudo o que Bergman produziu naquele fértil ano. A partir disso, sua decisão de realçar as façanhas de Bergman no ano de 1957 foi reforçada, e, com uma linha narrativa baseada nisso, ampliou o escopo ao retratar aspectos mais gerais e idiossincráticos de Ingmar Bergman, como, por exemplo, sua paixão por bolachas Maria, que ele usava para aplacar as dores de suas úlceras gástricas.


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Diretora Jane Magnusson, foto do site Nordic Women in Film

Para quem se interessar em saber mais detalhes sobre a realizadora, este perfil conta que Jane formou-se bacharel em Cultura moderna e mídia cinematográfica em 1992. Em 2010 consagrou-se na indústria fílmica sueca ao assinar o premiado documentário Ebbe - the Movie.

Por sua vez, no site brasileiro Mulher no Cinema, Luísa Pécora escreveu apropriadamente que Magnusson "rejeita a tentação de só ficar no elogio ao gênio".


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E o que eu, Henrique Guerra, do blog brasileiro, gaúcho e carazinhense olhar cinéfilo, no ar há 15 anos, penso sobre o filme de Magnusson?

Assisti ao filme numa sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre, emborasmente tenha sido a primeira vez neste ano que compareci a uma sessão do clube. Essa infrequência decorre de um problema geográfico momentâneo: estou morando no interiorrrr.

Apesar de estar meio "sumido", fui muito bem recebido pelos membros do clube, ouvi a interessante introdução de nosso colega Paulo Casanova e acompanhei a sessão na icônica Sala 8 do Espaço Itaú, a mesma em que já assisti a De tanto bater, meu coração parou, por sinal, o primeiro post do blog olhar cinéfilo no endereço do blogger (antes era weblogger).

Fiquei feliz ao observar que existe muita gente nova comparecendo às sessões do clube e senti-me ainda um pertencedor a esse intimista ambiente cineclubista.

Mas pare de fazer digressões, meu caro. 

E o filme, Henrique Guerra, o que você achou do filme?

Já chego lá, impaciente leitor.

Não sem antes afirmar que, aprioristicamente, um cinéfilo não precisa "achar" nada sobre um filme. Ao cinéfilo cabe assistir e cultivar sua paixão. Cada fotograma ou cena a que temos a honra de assistir em uma sala escura é motivo de regozijo. Se estamos em companhia de outros cinéfilos que comungam do mesmo sentimento, tanto melhor.

Sei que existem cinéfilos e cinéfilos, e muitos deles são muito exigentes.

Não é o meu caso.

Em todo caso, mesmo se eu fosse muitíssimo exigente eu teria apreciado o filme de Magnusson.

Até que enfim, Henrique Guerra, a sua tão esperada "opinião pessoal"!

Sim, o filme passa rápido. Entre detratores e admiradores, vão aparecendo na tela parentes, ex-companheiras, ex-pupilos, atores que participaram de seus filmes e peças teatrais, que vão desmistificando e humanizando Ingmar Bergmann. Não é preciso ser um especialista em Bergman para apreciar o filme de Jane Magnusson. Ao contrário: é uma boa iniciação ao cinema dele. 

Não entendo sueco, mas aprecio a musicalidade do idioma.

É uma pena que esta entrevista não traga legendas em inglês:


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