Hordas de detratores tentam erguer vozes que são abafadas pela multidão avassaladora de fãs.
Enquanto isso, o cinéfilo pondera:
"Assisto a filmes, logo existo".
Aos cinéfilos essa discussão toda ideológica é inútil.
O cinéfilo e a cinéfila têm a mente aberta.
São livres-pensadores.
Eles se interessam por Barbie tanto quanto se interessam por Sound of Freedom.
Levei a esposa e meus dois filhos varões para assistir ao novo filme da Greta Gerwig, cujo roteiro provocou muitas lágrimas em minha esposa, conforme ela me relatou no fim do filme. Já os meninos se divertiram e tenho a certeza de que o filme não vai influenciar negativamente no desenvolvimento deles.
Quanto a mim, curti muito a experiência de revisitar uma sala que me traz boníssimas lembranças, de Serpentes a bordo até Planeta Terror, de Robert Rodriguez (parte do projeto Grindhouse, que inclui um programa duplo com À prova de morte de Quentin Tarantino), para citar apenas alguns filmes que eu havia assistido no antigo Vitória.
O renovado Vitória lotou com uma plateia de adultos, jovens, adolescentes, meninas e meninos para assistir a uma reflexão sobre o feminismo e o machismo, uma imersão no mundo do consumismo com senso crítico e autocrítico.
Alguns momentos do roteiro podem ser destacados, que se transformam quase em discursos fervorosos na fala dos personagens. Um deles é quando Gloria (America Ferrera) toma a palavra e comenta as agruras e dilemas de ser mãe e trabalhadora no mundo atual.
No geral o filme é bem divertido, e a diretora Greta Gerwig, auxiliada pelo ótimo corroteirista Noah Baumbach, conseguiu a façanha de realizar um filme que agradou aos fãs da Barbie e, ao mesmo tempo, abordou temas importantes do ponto de vista social e filosófico.
E que o remodelado e charmoso Cine Vitória siga em sua trajetória de mesclar o tradicional e o novo.
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