quarta-feira, dezembro 13, 2006

Um bom ano


E eis que o espírito de Frank Capra desceu em ninguém menos que Ridley Scott. Quem diria, o cineasta que começou com Os Duelistas em 1977, realizou o par de clássicos de ficção científica Alien (1979) e Blade Runner (1982), a aventura feminina Thelma e Louise (1991) e a masculina O Gladiador (2000), o filme de guerra hiper-realista Falcão Negro em Perigo (2001), agora dedicou um tempo para o lirismo e o descompromisso. Se é verdade que a qualidade de Um bom ano passa longe de clássicos como Felicidade não se compra e Aconteceu naquela noite, também é inegável que traz elementos de reflexão e de leveza e entrega um leque de bons sentimentos que nos remetem aos filmes de Capra das décadas de 30 e 40.
O londrino Max Skinner (Russel Crowe) é um inescrupuloso negociante de ações; de 'namorada' em 'namorada', vai gastando 0,01% do que ganha nas operações milionárias. Um belo dia recebe a notícia da morte de Henry (Albert Finney), seu tio produtor de vinho na França. O prático homem de negócios é o único herdeiro e vai até a França decidido a vender a propriedade, que costumava visitar quando criança. Só não contava conhecer a intrigante Fanny Chenal (Marion Cottilard), uma moça do lugar. Tipo de filme que não tenho medo de recomendar; bom elenco, bom diretor, roteiro despretensioso, cheio de clichês, previsível – mas que não chega a ferir a inteligência do espectador.

2 comentários:

  1. 'onde há terra, há guerra'

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  2. Acabo de assistir "Um bom Ano"e concordo em gênero, número e grau com o post...
    Realmente, o filme é uma boa pedida e se recomenda assim como se indica um vinho de uma boa safra...Comecei a assistir despretensiosamente e a história foi me embriagando...Poderia ser oferecido como um vinho maduro com notas delicadas...Ã medida que "Max Skinner" vai sorvendo detalhes que o remete às lembranças da deliciosa infância, é possível imaginar as sensações que revive...
    Nada como um aroma, um ambiente,uma fotografia, uma carta, um rosto, um livro, uma canção familiar para nos fazer voltar no tempo...O passado nos remete às raizes e as raízes nos dizem muito sobre quem realmente somos...
    Sobre o que realmente amamos...
    Sobre o que realmente queremos...
    E o curioso é que cheguei aqui neste blog porque procurava saber de quem é a citação de um dos personagens deste encantador filme do Ridley Scott...
    "Onde há terra há guerra"...

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