Documentário de João Jardim sobre a educação brasileira. O cineasta, depois de lançar o premiado Janela da Alma (2002, co-dirigido por Walter Carvalho, sobre a importância da visão e como pessoas com diferentes graus de deficiência visual percebem o mundo), respondeu assim a uma pergunta sobre projetos futuros (publicada no site Cinemando, assinada pelo repórter Thiago Ribeiro - http://www.cinemando.com.br/200211/entrevistas/joaojardim_01.htm): "Não tenho nada ainda. Gostaria de ter uma idéia boa de novo. Não importa para quê. Tem que ter uma idéia que valha a pena." A boa idéia de Jardim foi dirigir o seu olhar sensível para nossos estudantes do ensino médio, suas angústias e aspirações. Produto de mais de 200 horas de filmagem e muitos quilômetros rodados, Pro dia nascer feliz conta com a trilha sonora de Dado Villa-Lobos e capta flagrantes da vida escolar e pessoal dos estudantes. Percorrendo vários estados, como Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, o documentarista seleciona "personagens" representativas do talento, da capacidade, da esperança - mas também da falta de perspectivas e de valores - de nossa juventude.
Uma dessas personagens de talento é a pernambucana Valéria (a moça da foto), autora de poemas que os professores não acreditam serem dela. Outra é moça de olhos claros, cdf, de uma escola tradicional de São Paulo, que se emociona ao falar do ano de muito estudo e pouco namoro. De retrato em retrato, escola em escola, Jardim forma um mosaico de retalhos que bem espelha a realidade da educação nacional. Sem dúvida, a idéia valeu a pena.
Putz! Pra uma mestranda (de sociologia da educação) "nascer" feliz não precisava mais nada! Acho q vai dar pra cutir o filme e ainda aproveitar alguma coisa pra pesquisa. A próxima sessão é minha! :P
ResponderExcluir"Olhar sensível". Perspicaz definição para a obra de João Jardim. Emocionou-me assistir a esse filme pela simplicidade, veracidade e emoção presentes nas situações apresentadas. Muito se discute sobre a educação hoje em dia, mas os diferentes personagens e cenários apresentados por Jardim atingem em cheio várias questões importantes: as desigualdades, as njustiças, a multiculturalidade, as identidades, as opressões, as utopias, os sonhos, as dúvidas etc., registradas bela e sensivelmente. Serve de mote a infinitas reflexões sobre a sociedade em que vivemos. Privilegiada por assistir a uma sessão em que o próprio Jardim se fazia presente, cativou-me ainda mais ouvir dele sobre a incompletude de sua obra e sentir a paixão com que fala sobre seu trabalho.Se não bastasse, também vale pela fotografia e música. Imperdível!!!
ResponderExcluir