domingo, outubro 10, 2010

Tropa de elite 2


Diferentemente do primeiro filme, onde pairava no ar uma dúvida sobre qual o "lado" defendido pelos realizadores (por conta de uma equilibrada exposição de pontos de vista opostos), em Tropa de elite 2 a máscara cai e o que vemos é um filme maniqueísta, quase beirando o simplório. Em termos cinematográficos, também, a nova película é inferior, com a narração em off substituindo a ação trepidante. A obsessão dos produtores em evitar pirataria parece ter sido o foco, em vez da manutenção dos padrões artísticos. Não que eu não tenha apreciado cada segundo de Tropa de elite 2. Não que o filme não tenha momentos aterradores, engraçados, sarcásticos, irônicos, viscerais e emocionantes.
E alguém poderia com certa razão indagar: o que querer mais de um filme do que momentos aterradores, engraçados, sarcásticos, irônicos, viscerais e emocionantes? Pois Tropa de elite 2 é a prova que um filme pode ter tudo isso e ainda assim decepcionar o espectador. A crítica ao "sistema" acaba soando uma saída fácil demais. Mesmo recheando o filme com momentos que atingem o espectador, parece que na hora de definir "o alvo" o roteiro perdeu o rumo e decidiu "colocar a culpa" em políticos e policiais corruptos.
Fico pensando se talvez eu não tenha dado a este texto um tom mais "crítico" por méritos desses mesmos produtores, roteiristas e cineastas, que conquistaram o público em 2007 e alavancaram os patamares de exigência (e senso crítico) desse mesmo público.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é bem-vindo!