Hoje está na moda dirigir filmes em dupla. Nada contra, mas isso não facilita a vida de quem gosta de decorar o nome dos diretores prediletos. De qualquer modo, não vai ser desta vez que Brian Klugman e Lee Sternthal vão entrar nessa seleta lista. Não que As palavras seja um filme descartável. Longe disso. A história de um livro dentro de um livro tem lá seus momentos e conta com a participação de atores de peso, como Jeremy Irons e Dennis Quaid. O também produtor executivo Bradley Cooper encarna o, digamos assim, "protagonista" da história dentro da história. É dele o maior dilema moral da película, o verdadeiro leit motiv desse ensaio sobre autoria/plágio. O escritor interpretado por Dennis Quaid lança o livro The Words. Está participando de uma audição em que o escritor lê parte de sua obra a uma plateia ansiosa. A "trama dentro da trama": o escritor ainda não publicado Rory Jansen (Cooper), em sua viagem de lua de mel, ganha da esposa (Zoe Saldana) uma velha pasta de couro pela qual se interessa.
Mal sabia o casal que a pasta continha um livro datilografado que vai mudar sua vida. Rory lê o manuscrito e resolve transcrevê-lo, sem mudar uma só vírgula, para o seu computador. O livro é publicado, e ele recebe todos os méritos. Tudo corre bem, até surgir um idoso, interpretado pelo oscarizado Jeremy Irons. O filme se desenvolve nesses dois planos: o da realidade, com o escritor sendo assediado por uma fã louca para ir para cama com seu ídolo, e o da ficção, em que um homem que cometeu um erro terá a chance de se redimir. Num mundo em que o plágio corre solto nos meios acadêmicos e que cada vez menos se dá o crédito aos autores das ideias e das palavras, o tópico vale uma reflexão.
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