O universo das drogas é uma constante no cinema de Oliver Stone. Já abordou drogas das mais variadas. Por exemplo, dois de seus mais importantes trabalhos como roteirista (Expresso da meia-noite, 1978, com direção de Alan Parker, e Scarface, com direção de Brian De Palma, 1983) abordam as consequências de traficar haxixe e cocaína, respectivamente. O primeiro inclusive valeu a Stone um Oscar de melhor roteiro. Nos filmes em que venceu Oscar de melhor direção também há consumo de drogas: Platoon (1986) e Nascido a 4 de julho (1989). Em 1991 dirigiu The Doors, filme regado a sexo, drogas e rock'n'roll. Isso sem falar em Nascidos para matar (1994, roteiro de Tarantino), em que um casal movido pela drogadição deixa um rastro de violência através dos EUA.
Em Selvagens (2012), o cineasta premiado investiga a violência do narcotráfico, com ênfase na droga considerada por muitos inofensiva: a maconha. Dois amigos dividem uma empresa que desenvolve uma variedade mais forte de maconha e, com o diferencial no produto, conquistam o mercado da Califórnia. Dividem também a bela Ophelia (Blake Lively), que acaba raptada por uma traficante concorrente, Elena (Salma Hayek), como forma de obrigá-los a ceder mercado e compartilhar sua variedade superpotente de marijuana. O elenco ainda conta com John Travolta, na pele do indefectível policial corrupto, e Benicio del Toro, em um de seus papéis mais asquerosos. Para livrar Ophelia das garras de Elena, os jovens empresários se envolvem numa inevitável rede de retaliação e de violência desenfreada. Se eu fosse um cara chato e exigente (será que eu não sou mesmo?), eu ia dizer que Stone já fez coisa melhor e que agora "descansa sobre os louros do passado". Mas vou dizer outra coisa. Bom filme em cuja cena crucial toca uma canção que mescla com maestria peso e lirismo: Do ya, da Electric Light Orchestra (confira o clipe original em http://www.youtube.com/watch?v=XLbqJz90VeE).
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