Shopping Bella Città, Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Quarta-feira, 21 horas. Dia de promoção: ingresso a 9 reais. Ou seja: fila na bilheteria, fila para a pipoca. Pessoas de todas as idades peregrinam ao templo da experiência sensorial "da moda": o cinema 3-D. Só entrei na primeira fila. Um filme de Peter Jackson já é alimento e distração suficiente para meu cérebro. Ainda mais em 3-D.
Cheguei em cima da hora, o cinema já está quase lotado. Mas quem está sozinho sempre consegue um lugar bem no centro de uma das fileiras. É só ter a cara de pau suficiente para pedir licença até chegar à tão oportuna poltrona livre. Sentei-me ao lado de duas moças desconhecidas, uma das quais abria e fechava incessantemente as pernas, roçando de leve na minha.
Bem, isso não estava no script, mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena, os fins justificam os meios e o que nem tem remédio, remediado está. Mas by the way, uma perguntinha para quem entende de etiqueta: abrir e fechar as pernas num cinema apertado não pode ser considerado um tanto vulgar? Mas até mesmo a inquieta (ou fogosa?) moça teve de dar o braço (e as pernas) a torcer e se concentrar na tela, pois O Hobbit: uma jornada inesperada é um filme soberbo, com estofo raro. Jackson e Tolkien têm café no bule. Bala na agulha.
A magia e a densidade de Tolkien são transferidas à tela de modo sublime. O cineasta neozelandês conta a história sem a mínima pressa, com todos os detalhes necessários. Nada sobra e nada falta. O filme tem um ritmo todo especial, com passagens dedicadas à construção das personagens e contextualização do enredo, e com momentos especiais dedicados à ação, à aventura e à magia. As paisagens maravilhosas da Nova Zelândia servem de cenário para cenas de plasticidade inigualáveis, recriando uma Terra Média da qual Tolkien se orgulharia.
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