sábado, fevereiro 09, 2013

João e Maria: caçadores de bruxas

Quando um diretor se destaca em seu país logo atrai a atenção da meca do cinema. Hollywood é pródiga em importar e, às vezes, estragar talentos. Com João e Maria: caçadores de bruxas, o alvo foi a Noruega. O cineasta Tommy Wirkola despontou em 2007 com Kill Buljo, espécie de caricatura de Kill Bill. Em seguida realizou Dead Snow (2009), comédia com zumbis nazistas, e Kurt Josef Wagle and the Legend of the Fjord Witch (2010), paródia de filmes como A Bruxa de Blair. Para azar de Wirkola, o primeiro filme dele a que assisti foi justamente seu primeiro produto hollywoodiano. Pasteurizado ao extremo, mais parece uma sucessão de combates de artes marciais mistas, encenados de modo patético. Ideias que poderiam ser boas são perdidas em prol da preocupação com o ritmo alucinante. O personagem mais interessante é Edward, o simplório troll que se apaixona por Maria (a insossa Gemma Arterton). A mixórdia, digo, a história acaba sendo emblemática no desrespeito à aura e ao temor um dia inspirados pelas pobres bruxas. Uma coisa é certa, para o bem ou para o mal: a criança que assistir a João e Maria: caçadores de bruxas jamais terá medo das caricatas bruxas e suas enfraquecidas bruxarias.

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