Bong Joon-ho é o nome dele. Bong é o sobrenome, pois se trata de um diretor coreano. Está construindo uma filmografia respeitável e interessante. Em O Hospedeiro (2006), abordou as consequências de mutações genéticas que transformaram um bagre numa criatura perigosa, em uma cidade banhada por um rio. Em 2009, lançou Mother - a busca pela verdade, um drama que virou cult. Expresso do amanhã (Snowpiercer, 2013) mostra um trem futurista com divisões sociais e é seu primeiro filme falado em inglês.
Okja (2017) é uma inventiva fábula sobre a amizade de uma menina e sua porca-gigante. O animal faz parte de uma experiência científica da Mirando, empresa que enviou 26 espécimes para fazendas do mundo todo. Okja tem DNA suíno, mas cresceu para ficar do tamanho de um hipopótamo tamanho família. O inteligente e vivaz animal é criado pelo avô de Mikha, com quem a menina vive porque se tornou órfã. Sem irmãos, Mikha tem em Okja sua principal companhia na rotina diária da montanhosa fazenda. Mas a empresa vai escolher o melhor espécime e levá-lo a Nova York para promover seu novo produto alimentício. Quando Okja é escolhida e a separação é inevitável, Mikha viverá uma saga na desesperada tentativa de resgatar a amiga.
À primeira vista, não parece uma ideia muito original a do roteiro de Bong. Mas ao longo do filme são muitas as surpresas. Paul Dano, Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal estão muito bem, mas quem rouba a cena é a menina Ahn Seo-hyun, que contracena com a criatura muito bem desenvolvida pela equipe de efeitos especiais.
Assisti ao filme na companhia de meus dois filhos, de 11 e 6 anos de idade, e os dois curtiram as várias cenas de ação, como a que Mikha vai cair no penhasco, o resgate rodoviário de Okja pela FLA (Frente de Libertação dos Animais) e a contundente sequência final, entre outras.
Com um elenco de primeira categoria e boas ideias, Okja entretém e, de quebra, provoca discussões filosóficas e ambientais.
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