Filme de ficção científica de 1970 que funciona e trabalha em dois níveis: a dicotomia entre "criador" e "criatura" (lembrando a obra de Mary Shelley, Frankenstein) e a ameaça da inteligência artificial para a humanidade (na esteira do sucesso de 2001, uma odisseia no espaço).
O doutor Forbin é o criador de Colossus, um computador imenso que passa a controlar o arsenal nuclear dos Estados Unidos. A União Soviética, porém, também lança um projeto semelhante, o Guardian.
O suspense se instala quando os dois computadores inadvertidamente estabelecem uma conexão perigosa. Quando o ser humano súbito se torna refém da máquina, o terror substitui o suspense, em um filme que tem lá seu charme.
Uma das curiosidades do roteiro é o estratagema bolado pelo Dr. Forbin para trocar informações com a equipe sem ser vigiado por Colossus.
Diuturnamente controlado por câmeras instaladas em todos os cômodos e salas, Forbin convence Colossus que precisa de "privacidade" algumas noites por semana para encontros sexuais com sua amante.
O diretor Joseph Sargent é um especialista em cumprir a deadline, um sujeito que trabalhou de 1966 a 2008 ininterruptamente fazendo mais de 40 filmes, sem ganhar notoriedade ou reconhecimento.
O "grande" Roger Ebert (que, como todo bom crítico de cinema, cospe na trajetória da pessoa e se agarra apenas "no que acabou de ver") o classificou de incompetente.
A maior honraria que Sargent recebeu na carreira foi uma indicação à Framboesa de Pior Diretor pelo filme Tubarão 4, a vingança.
E a maior qualidade de Sargent é fazer o que gosta, ser um "pau-pra-toda-obra" da indústria cinematográfica, mostrar a sua resiliência e sua capacidade de continuar, apesar das críticas muitas vezes superficiais e ridículas.
Em tempo: O sequestro de metrô 123, filme de 1974, foi o auge de sua carreira no cinema, dirigindo Walther Mattau, Robert Shaw, Martin Balsam e Héctor Elizondo.
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