Meu filho tinha certo receio de ver filmes de zumbis. Falei para ele assistir à abertura de Army of the Dead, de Zack Snyder, e depois tomar a decisão se continuava, ou não, a assistir.
Primor de concisão e "storytelling" com imagens, essa sequência de 15 minutos dá a tônica do filme, e quem chegar ao fim dela com certeza estará irremediavelmente "fisgado".
E não é que o garoto arregalou os olhos numa das cenas e a classificou como
"extraordinariamente extraordinária"?
A que o soldado, armado com uma, também nas palavras dele, "metralhadora superpotente", estraçalha um zumbi da cabeça aos pés.
Estava garantida a companhia para a sessão.
Que os filmes de Zack Snyder são divertidos e têm trilhas sonoras legais todo mundo sabe, mas desta vez ele se puxou, com direito a uma versão acústica de Zombie (Cranberries) num momento fulcral do filme.
No mais, tive a impressão que o diretor aproveitou para abordar questões de relacionamento entre pai e filha.
Devemos lembrar que ele passou por momentos difíceis nos últimos anos, com o suicídio de Autumn em março de 2017, quando a moça tinha 20 anos e lutava contra a depressão.
Assim, as cenas de Dave Bautista com Ella Purnell transmitem um intenso efeito catártico.
Na parte da ação, Snyder também faz um blend de gêneros, trazendo o assalto ao cofre forte ao centro narrativo, com direito à clássica cena da "formação da equipe".
Assédio sexual e a vida em campos de quarentena também são subtemas.
Inovações incluem um tigre e um cavalo zumbis, e, claro, os Alphas, uma tribo de zumbis inteligentes e ágeis, muito mais perigosos que os "trôpegos" zumbis normais.
Outro subtema que Snyder aborda com sarcasmo é o valor que tem o dinheiro para cada pessoa, e por quantos dólares cada um está disposto a arriscar a pele.
O roteiro de Army of the Dead: Invasão em Las Vegas tem elementos irônicos que o pareiam com outros filmes "mais profundos", por exemplo, o fato de um dos membros do time ser Mestre em Filosofia.
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