segunda-feira, março 13, 2023

Peter Weir ganha Oscar pelo conjunto da obra


Quem ama cinema está feliz com a cerimônia de ontem, no 95º ano do Oscar. Foi a mais divertida e tocante dos últimos anos, uma cerimônia que marca o retorno do Cinema aos bons tempos. Após a pandemia, uma retomada vem por aí.

Momentos emocionantes não faltaram, como o de Jamie Lee Curtis homenageando o pai, Tony Curtis, e a mãe, Janet Leigh, dois ícones do cinema. Ela lembrou o fato de o pai e a mãe terem sido indicados ao Oscar (Tony Curtis, em 1959, ao Oscar de Melhor Ator, por Acorrentados, e Janet Leigh, em 1960, ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, por Psicose) e agora ela havia acabado de garantir o único Oscar da família, como Atriz Coadjuvante.

Ke Huy Quan, o vencedor da categoria Melhor Ator Coadjuvante, foi um caso à parte. Grande sucesso na infância, ostracismo, e agora a volta por cima. 

Brendan Fraser encarou o prêmio de Melhor Ator como uma redenção, uma benção ainda que tardia. A baleia, de Darren Aronofski, também abiscoitou o Oscar de Melhor Maquiagem.

Michelle Yeoh, a veterana atriz da Malásia, que iniciou sua carreira na forte indústria cinematográfica de Hong Kong, também lembrou que é preciso perseverar e nunca desistir de nossos sonhos.

O compositor da trilha sonora de Nada de novo no front, para mim, foi um dos destaques da cerimônia, falando com uma simplicidade e uma calma admiráveis. O filme terminou com 4 Oscars de categorias importantes: Melhor Filme Internacional, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia.

Falando em música, a cerimônia contou com ótimos números musicais, em que os candidatos à Melhor Canção Original se apresentaram em performances otimamente bem feitas e dirigidas. Quem venceu a categoria foi "Naatu Naatu", a canção do filme indiano RRR, um aceno para a diversidade.

Durante a cerimônia bem conduzida pelo apresentador Jimmy Kimmel, foram mostrados trechos de outro evento do Oscar, acontecido em novembro de 2022, em que pessoas receberam Oscars honorários.

Um desses Oscars eu não poderia deixar de mencionar aqui.

Peter Weir, meu diretor favorito, teve enfim sua obra reconhecida com a estatueta mais importante da indústria do cinema. E justamente um Oscar pelo conjunto da obra, uma honraria que ganha ainda mais relevância porque equivale a um Nobel da Literatura, que também é pelo conjunto da obra.

O cara que fez




Picnic na montanha misteriosa,

O ano em que vivemos em perigo 

e

Gallipoli

para ficarmos só na fase australiana.

Parabéns, Peter! 

Vale a pena ler a transcrição e ouvir o seu discurso de agradecimento:



Sobre o grande vitorioso da noite, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, isso carrega também tem um simbolismo. O novo prevalece sobre o velho. O inovador supera o tradicional. Novos caminhos se abrem para Hollywood.

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