Tony Goldwyn dirigiu o roteiro de Paul Haggis, baseado no roteiro original do filme italiano L'ultimo bacio (2001) de Gabriele Muccino. O resultado, Um beijo a mais (The last kiss, 2006) é uma 'comédia romântica' ianque com jeito e estofo europeus, personagens críveis e situações delicadas, normalmente não debatidas em filmes do gênero. Zach Braff é Michael, arquiteto de 29 anos que namora uma bela e inteligente mulher, Jenna (interpretada pela estrela em ascensão Jacinda Barrett). No começo do filme, num encontro de família, o casal de namorados comunica os pais de Jenna que
ela está grávida de dez semanas. Tudo estaria ótimo, não fossem as dúvidas na cabeça de Zach. Prestes a completar 30 anos, o promissor arquiteto se pergunta: estou pronto para assumir compromisso para o resto da vida? Sou capaz de ser um bom pai, um bom marido, um bom genro? Posso abdicar de "conhecer" outras mulheres? Em resumo: é isso mesmo que eu quero para minha vida?
Os amigos de Michael, todos da mesma faixa etária, estão em situações distintas, e, cada um a seu modo, enfrentam a "crise dos trinta anos". Chris (Casey Affleck) tem um filho de dois anos com a esposa Lisa; pensava que o filho sedimentaria a união, mas as brigas são constantes; Izzy (Michael Weston) está transtornado pois acaba de romper um relacionamento com a namorada da adolescência; Kenny (Eric Christian Olsen) não tem namorada fixa e tem pânico de estabelecer relacionamentos duradouros.
Como ia dizendo, tudo estaria ótimo para Zach, não fossem suas dúvidas. Essas se materializam ainda mais quando conhece Kim, uma moreninha insidiosa, insistente e nem um pouco insossa.
O diferencial de Um beijo a mais, além da qualidade do roteiro e o do elenco bem escolhido, é a coragem de 'tocar o dedo na ferida', ou seja, abordar sem hipocrisia questões até certo ponto revoltantes. Típico filme ideal para assistir em DVD, ainda mais que os extras trazem dois curiosos finais alternativos.