terça-feira, junho 10, 2008

As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian

A obra acadêmica mais importante do irlandês C. S. Lewis (1898-1963) chama-se The Allegory of Love: A Study in Medieval Tradition (1936). É na fonte da literatura medieval e das mitologias romana, grega e nórdica que Lewis embasa o mundo de seres fantásticos e animais falantes criado nas Crônicas de Nárnia, série de 7 livros infanto-juvenis lançada ao longo da década de 1950 (1950, O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa; 1951, Príncipe Caspian; 1952, A Viagem do Peregrino da Alvorada; 1953, A Cadeira de Prata; 1954, O Cavalo e seu Menino; 1955, O Sobrinho do Mago; e 1956, A Última Batalha). Marcadas pela apologética cristã, as Crônicas de Nárnia são uma metáfora da luta do bem (os habitantes de Nárnia - animais, centauros, faunos) contra o mal (o povo Telmarine, de aparência humana). O único personagem presente em todos os livros é o leão Aslam (que, para alguns, representa Jesus Cristo). Dublado por Liam Neeson, Aslam em O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa comanda as ações; em Príncipe Caspian aparece pouco, mas decisivamente. O diretor do primeiro filme das Crônicas de Nárnia, Andrew Adamsom (co-diretor de Shrek e Shrek 2), continua o maior responsável pelo processo de trazer à tela a obra rica de Lewis. Partícipe da roteirização, Adamson enfatiza a ação e as batalhas, sem, entretanto, privar a película da alegoria do amor, no caso, entre Caspian (Ben Barnes), príncipe dos Telmarines, e Susan Pevensie (Anna Popplewell), tímida estudante londrina/rainha arqueira de Nárnia. A sessão contou com a simpática presença de um grupo de adolescentes do sexo feminino, que dominou a fileira de cima e, por sua inquietude, impaciência e certa falta de etiqueta cinéfila, provocou contínuas (e infrutíferas) reclamações de Telmarines, digo adultos rabugentos.

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