
É, portanto, um dos últimos e remanescentes "cinemas de rua" dessas plagas distantes demais das capitais. Depois de décadas recebendo multidões que assistiam abismadas filmes como Guerra nas Estrelas, Super-Homem (em que a fila dava a volta na quadra) e Alien, o Oitavo Passageiro, o Brasília encerra 2008 e entra em 2009 firme e forte. Claro, a capacidade diminuiu. Hoje a platéia fica no que antes era o mezanino. Já os funcionários (o porteiro e o projetista-lanterninha) são os mesmos há trinta ou quarenta anos. Só o vendedor de balas mudou. E o pipoqueiro se aposentou. Agora as pipocas são estouradas na hora... no microondas da bomboniere. Dá orgulho de ser carazinhense e poder assistir de vez em quando bons filmes no Brasília.
É o caso de Mamma Mia! da diretora Phyllida Lloyd, que pude conferir na resiliente e histórica tela do Brasília. O filme conta a história de Sophie (Amanda Seyfried), que mora com a mãe numa ilha grega. Sophie está empolgada, pois vai se casar. A alegria só não é completa pois ela não tem quem a conduza ao altar: a mãe é solteira e nunca revelou quem é o pai. Antes do casamento, a moça acha o diário da mãe. O diário conta que Donna (Meryl Streep, fonte de juventude) conheceu (inclusive no sentido bíblico) três homens cerca de nove meses antes de Sophie nascer. Então Sophie convida à festa os três prováveis pais: Sam (Pierce Brosnan), Harry (Colin Firth) e Bill (Stellan Skarsgard). O roteiro é mero veículo para as atmosféricas canções do Abba, cantadas pelo próprio elenco. O modo com que as letras se encaixam no roteiro é no mínimo engenhoso. Divertida alternativa de verão.
