Ang Lee não escolhe gênero nem praia: da comédia (Banquete de Casamento, 1993; Comer, Beber, Viver, 1994) ao drama de época (Razão e Sensibilidade, 1995), da conturbação familiar (Tempestade de Gelo, 1997) à guerra civil americana (Cavalgada com o Diabo, 1999), da arte marcial (O Tigre e o Dragão, 2000) à banda desenhada (Hulk,2003), o cineasta nascido em Taiwan, em 1954, imprime sua marca.
Qual seja: uma contenção de estilo prussiana. As tomadas são rigorosamente discretas, porém imbuídas de apurado senso estético. O que cria um ambiente propício ao talento dos atores aflorar. É o caso de Brokeback Mountain (2005).
Heath Ledger e Jake Gyllenhaal são Ennis Del Mar e Jack Twist. Em 1963, os dois são contratados para cuidar de um rebanho de ovelhas numa temporada nos verdejantes vales da Brokeback Mountain, no estado de Wyoming. Baseado no conto homônimo de Annie Proulx, o roteiro compreende duas décadas na vida dos protagonistas. E, já que os distribuidores pedem 'segredo', fico por aqui na 'sinopse'.
Desde já, Ledger e Gyllenhaal se inscrevem na galeria de atores que viveram paixões homossexuais: Daniel Day-Lewis e Saeed Jaffrey (Minha Adorável Lavanderia, 1985), Alfred Molina e Gary Oldman (O amor não tem sexo, 1987) e James Wilby e Hugh Grant (Maurice, 1987). Ambientados em outros lugares e momentos, os filmes de Stephen Frears e James Ivory
têm em comum com o de Lee o fato de abordarem o tema sem hipocrisia.
Michelle Williams interpreta a mulher de Ennis, e o nome da sua personagem revela aquilo que Brokeback Mountain tem de sobra: Alma.
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